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Olhares sobre o mundo
A reedição dos textos que compõem Olhares sobre o mundo: lições do Café Filosófico do Instituto Ciência e Fé PUCPR, celebra o prodigioso aniversário de 8 anos do projeto Café Filosófico, promovido pelo Instituto Ciência e Fé da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba. Nesta obra, o leitor tem a oportunidade de encontrar-se com Olgária Matos, Peter Pál Pelbart, Renato Janine Ribeiro, Fabiano Incerti, Oswaldo Giacoia Junior, Jeanne Marie Gagnebin, Eugênio Bucci e Jelson Oliveira e acessar reflexões sobre diversos temas a partir de uma perspectiva filosófica. Que cada leitor possa construir seu próprio caminho de reflexões sobre esses diversos temas e que a Filosofia cumpra seu papel, como disse certa vez Sócrates, de lançar sobre os seres humanos seu aguilhão, despertando-os para a necessidade constante do exercício crítico das ideias – uma das condições para uma vida que valha a pena ser vivida.
Uma conversa franca entre Deus e a ciência
Em sua carta a George Coyne, diretor do Observatório Astronômico do Vaticano (1987), João Paulo II propõe uma série de princípios para o diálogo e a cooperação entre ciência e fé, citando particularmente a física, a biologia, a cosmologia, a filosofia e a teologia. Princípios tão basilares para o intercâmbio de saberes e a busca do bem comum, que permanecem válidos ao discernimento atual – participado por cientistas, filósofos, teólogos e políticos – a respeito do presente e do futuro da vida na Terra. Com efeito, desde a publicação da mencionada carta, tem-se agravado a crise socioambiental, sem esquecer as guerras, migrações e pandemias que solicitam grandes esforços de colaboração entre governos, ciências e credos. Pe. Marcial Maçaneiro
Pós-verdade e suas implicações
O argumento de Tesich é que nós, os cidadãos das sociedades democráticas liberais, sabemos a verdade, mas não nos importamos com ela o suficiente. O que ele não levou em consideração é que a política não vive e não pode viver apenas da verdade. Ao ignorar o fato de que, ainda mais importante na e para a política, é o senso de agenciamento entre os cidadãos, ele comete a falácia "cognitocrática" frequentemente cometida por alguns filósofos da política. O problema das democracias liberais não é o fato de que seus cidadãos sejam indiferentes à verdade. O problema é que eles se percebem, cada vez mais, desamparados e incapazes de exercer seu agenciamento de acordo com seu livre-arbítrio. A crise das democracias liberais contemporâneas não é epistemológica. É moral.
O Theatrum Mundi pós-moderno
Quanto à recomposição pós-moderna, o que ela pode ser? É claro que é sempre muito delicado "remoer" nos potes do futuro. No entanto, é possível dar algumas indicações, reunir alguns indícios, a fim de indicar as grandes tendências. Tanto mais, como já foi dito, que vemos retornar, ligeiramente modificado, o que tínhamos acreditado ter sido ultrapassado. Para ser mais preciso, não se trata, aqui, de um "eterno retorno do mesmo", mas, como o filósofo Nicolau de Cusa apontava em seu tempo, de um crescimento assumindo a forma de uma espiral. Para dizê-lo ainda mais nitidamente, se uma definição provisória de pós-modernidade devesse ser dada, ela poderia ser "a sinergia dos fenômenos arcaicos e do desenvolvimento tecnológico".
Marist Evangelizing Action in Higher Education
The celebration of the 200th anniversary of the founding of our Institute is an exceptional occasion to bring to light this document The Marist Evangelizing Action in Higher Education. Just as two centuries ago, Marcellin Champagnat and his early brothers contemplated and responded to the clamors of the youth in need of post-revolutionary France of the XVIII century, the present Marist generations are invited to meet the urgencies of the young world in its context and to be proclamation of the Good News and the project dreamed by God from always. Thus, we find in the following pages a guiding text that offers, in the light of the Gospel and the recent teaching of Pope Francis, some of the main keys to what Marist evangelizing action should be in its higher education institutions for the coming times.
Fragmentos de uma pandemia
"Ainda que qualquer tentativa de antever o cenário pós-pandemia não passe de um exercício de futurologia, é urgente a revisão dos nossos hábitos de consumo, dos nossos modos de viver e de agir, do nosso cuidado com o planeta e com a manutenção de um ecossistema saudável, da nossa atenção para o problema da desigualdade social e distribuição de renda, entre outros pontos críticos. Trata-se, pela intensidade do que estamos vivenciando, de escolhas éticas, políticas e sociais decisivas." (Instituto Ciência e Fé PUCPR).
Pensar o (Im)pensável
O mundo tem visto cenas inacreditáveis. O Papa Francisco fazendo a benção Urbi et Orbi, na praça São Pedro completamente vazia. Ou a Kabah, o lugar de peregrinação dos muçulmanos, onde vimos aquele espaço vazio, fechado. Essas foram imagens impactantes e importantes para refletirmos sobre o ser humano e a religião. O significado humano da religião me parece algo importante. A religião que coloca a vida humana em primeiro lugar e nos faz entender que ela (a religião) é para o ser humano. Não é algo que caiu dos céus de um Deus distante, comandando e ordenando que nos juntemos etc. Aprendemos a criar comunidade sem estarmos juntos fisicamente. Aprendemos a exprimir nossa espiritualidade de diferentes maneiras, mesmo isolados como ficamos com a pandemia. (Souleymane Bachir Diagne)
Memória e liderança: conversas sobre escritos do Irmão Francisco Rivat e seu lugar na história espiritual da França do século XIX – Seminários do Ir. André Lanfrey
O livro reúne as transcrições dos seminários sobre os escritos do irmão Francisco Rivat, conduzidos pelo irmão André Lanfrey em Curitiba. O texto mescla a apresentação do estudo cuidadosamente preparado pelo pesquisador e a interação entre participantes e pesquisador, com novas falas e insights. As três sessões do seminário formam o esqueleto da obra. A primeira tem foco nos manuscritos do Irmão Francisco. A segunda concentra-se no conjunto de suas cartas pessoais, com a análise detalhada de três cartas. Na terceira, o autor amplia o horizonte para a história da França do séc. XVI ao XIX, cenário da obra do irmão Francisco, com toda a sua densidade mística. Esse painel amplo, composto de macroanálises dos cenários históricos e de finas observações sobre o Irmão Francisco e seus escritos, permite ao leitor e à leitora a imersão no contexto da constituição do Instituto e sua missão, a partir do olhar privilegiado de um dos irmãos da primeira hora.
Oração para pedir a Deus o bom uso das doenças
"Senhor, como no momento da minha morte, me encontrarei separado do mundo, nu de todas as coisas, apenas diante de vossa Presença, para responder à vossa Justiça por todos os movimentos do meu coração, fazei-me considerar nesta doença como uma espécie de morte, separada do mundo, nua de todos os objetos de meus apegos, somente diante de sua presença para implorar de sua misericórdia a conversão do meu coração; E que eu tenha extrema consolação por Vós" (III). É assim que o filósofo Blaise Pascal, em estado de enfermidade, se dirige a Deus em sua Prière pour demander à Dieu le bon usage des maladies, agora traduzida para o Português pelo Instituto Ciência e Fé PUCPR. Esta pequena, mas profunda oração, feita por este pensador no século XVII nos demonstra que podemos fazer o bom uso inclusive das enfermidades.
Encontrando Deus no Universo
A Ciência é mais do que observar o Universo; é um diálogo com todos os que já o observaram, em que podemos falar sobre o que foi observado e imaginar o que devemos procurar em seguida. Precisamos de uma comunidade de exploradores para ter esse tipo de conversa. As outras pessoas da conversa podem nos ensinar a ver, e vão nos manter honestos em nossas avaliações sobre o que achamos que descobrimos. É isso que separa a ciência verdadeira (e a religião verdadeira) da autoindulgência e da filosofia de fundo de quintal.
