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Que seria do mundo visto pelo prisma da nuance, dos vestígios e dos murmúrios? E se a atenção recaísse sobre quem não tem nada diante de si além do deslocamento? Este livro provém de uma experiência coletiva, quando, em 2018, pesquisadores de todo o mundo se reuniram na Universidade de Jerusalém. O resultado é um conjunto tocante de aproximações que tentam recuperar o encantamento de uma língua chamada Clarice Lispector.
"Nesta edição: Loser – NUNO RAMOS Baseado em palestra proferida em Berkley nos Estados Unidos, o artista plástico paulistano pensa sua obra a partir das diferenças entre se produzir cultura em regiões hegemônicas e não hegemônicas. A fábrica – HERNÁN RONSINO Apontamentos pessoais sobre o processo de modernização argentino a partir da relação de uma pequena cidade e a sua principal fábrica. O ensaio serviu como ponto de partida para a escrita do romance Glaxo. Estrutura de sentimentos – MARIA ELISA CEVASCO A crítica e professora da USP pensa o lulismo e o momento atual do Brasil tendo como guia uma revisão da obra de Roberto Schwarz. O regresso dos pudibundos – FÁBIO...
Nesta edição de Peixe-elétrico: Dossiê Terror Três ensaios abrem a Peixe-elétrico #04 formando um complexo mosaico sobre um tema central deste início de século XXI: o terrorismo. Radicado na França, especialista na obra de Guy Debord, GABRIEL FERREIRA ZACARIAS aborda o chamado terrorismo islâmico a partir de problemas específicos da contemporaneidade ocidental, e não mais da geopolítica, da religião islâmica ou mesmo da ideia de choque de civilizações. A islamofobia nos EUA é o tema do ensaio de DEEPA KUMAR. A autora encontra o tipo de fala preconceituosa que alimenta esse perigoso fenômeno não só em Donald Trump, mas também nos discursos do presidente Obama. O ensaio ...
No ensaio "Sobre os princípios", ARCADIO DÍAZ-QUIÑONES pensa a respeito das relações dos escritores e intelectuais com a tradição, ou seja, como a imaginaram e como falam dela. Os editores da Peixe-elétrico e Pedro Meira Monteiro também entrevistam o intelectual porto-riquenho. A norte-americana ANGELA DAVIS reinterpreta o papel das mulheres durante a escravidão para estabelecer novos parâmetros para a luta feminista. Ainda sobre esse tema, publicamos quatro páginas fac-símile da revista MULHERIO, com ilustração de HENFIL. Também dos Estados Unidos, da revista JACOBIN, parceira da Peixe-elétrico, oferecemos ao leitor um artigo que analisa a atuação dos milionários do Vale...
Nesta edição de Peixe-elétrico: O romance de Barthes – BEATRIZ SARLO Barthes, leitor de Loyola – BEATRIZ SARLO Dois textos da ensaísta Beatriz Sarlo abrem a terceira edição da Peixe-elétrico. Duas formas inéditas e surpreendentes de enfrentar a obra daquele que foi sua principal referência intelectual: Roland Barthes. A pele da cebola – JAVIER CERCAS Como contar a verdade a respeito de uma mentira? Quanto há de verdade em um falso relato? Tentar entender é o primeiro passo para perdoar? Essas são algumas das questões colocadas pelo premiado autor espanhol Javier Cercas para enfrentar os dilemas de narrar a vida de um dos maiores impostores da história. Jameson e a forma ...
Esta coletânea de artigos, de distribuição gratuita, surge do desejo de elaborarmos um material para reflexão sobre a grave crise societária em curso, agravada pela pandemia da COVID-19, que trouxesse debates interseccionais, já que vivemos em fogo cruzado de múltiplas agendas reacionárias. Estão reunidos aqui 27 capítulos e 39 autoras e autores não apenas do Brasil, mas também da Itália, França, Portugal, Estados Unidos e Uruguai. Esperamos que os debates reunidos nesta coletânea contribuam para reflexões sobre a grave crise que assola o mundo, em particular sobre a pandemia, mas, também, possam dar pistas para pensarmos sobre os rumos políticos do Brasil. Uma "nova direção intelectual e moral" é necessária.
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O grande engodo – Marcos Nobre O cientista político pensa a chegada da extrema-direita no mundo e no Brasil, os impasses das ciências humanas para entender a realidade atual, o esvaziamento da ideia de futuro e o papel das lutas identitárias em cenário de esgotamento democrático. Olhar como construir – Agnaldo Farias e Tuca Vieira O crítico e professor da FAU analisa o ensaio fotográfico Dead End, de Tuca Vieira, que ilustra esta edição da revista. Gentrificação e arquitetura são os termos principais do jogo do olhar entre o dado e o construído. Cágado – Ana Paula Pacheco Entra em cena o nonsense nessa comédia ligeira como tentativa de dar conta do momento Bolsonaro do p...
Peixe-elétrico – Plataforma da nova geração é um convite ao pensamento aberto, crítico e inconformista. Vinte intelectuais da nova geração enfrentam a difícil tarefa de pensar o Brasil contemporâneo. Inspirados no famoso livro Plataforma da nova geração de 1945, que teve entre seus convidados Antonio Candido e Paulo Emílio Sales Gomes, Peixe-elétrico enviou as seguintes questões, com o intuito de fornecer alguns caminhos para os textos de nossos convidados: Como entende o lugar do Brasil no mundo hoje? O que pensa das chamadas Jornadas de Junho de 2013? Como define o governo Bolsonaro? Acredita haver uma marca geracional que atravessa a sua produção? Qual seria? Como você definiria a sua geração? É possível identificar um sentimento principal que atravessa as suas reflexões? Diferente do livro original, por geração nos aproximamos do conceito de outsider – intelectuais que começam agora, independente da idade, a ganhar voz no meio acadêmico ou a encontrar seu espaço nas mídias. E no lugar de uma plataforma bem organizada, buscamos a contradição entre os textos aqui apresentados.
"Atirar pedras, espancar, torturar ou fazer barulho, ou bater panelas..., para assustar o inimigo evocando um estado de guerra primitiva, imaginária ou real, são traços e operações de poder arqueológicos, que deixaram a marca de horror que pressupunham na própria linguagem do futuro, reduzindo o sabido voo do espírito ao ato material sobre o corpo do outro. São traços do passado distante que podem voltar, como memória da forma, do ato e da coisa, e não do sentido, trabalho do pensamento que não existe aí." Trecho de "Fascismo comum, sonho e história", de TALES AB'SÁBER E AINDA NESTA EDIÇÃO: Marxismo e Guerra – ÉTIENNE BALIBAR Deslocamentos e instabilidades na ficção de...