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À semelhança dos anteriores volumes do seu Diário, que abrange décadas da vida de Marcello Duarte Mathias, o leitor encontrará também aqui, para lá do gosto de observar e de escrever, o verso e reverso das coisas e dos dias: livros, citações, lembranças – entre viagens, amizades e desaparecimentos. E, em pano de fundo, a História, a paixão pela História, e seus protagonistas. Pessoalíssima aprendizagem que constitui a melhor definição de qualquer experiência diarística, sem esquecer, tão-pouco – porque este é também um diário íntimo, de íntimos confrontos – o envelhecimento dos que nos são próximos, os desvios da idade, e a emergência de realidades para as quais nunca se está preparado. Por outras palavras, o mundo à nossa volta, harmonias e recortes. Por entre as muitas cores do tempo, ficará o que se regista, o que se resgata, o que se perde, o que morrerá connosco. Ao fim e ao cabo, o que sobressai destes monólogos em tom de conversa, para lá da sombra da morte, sempre tão presente, é, simplesmente, a fidelidade do coração a par de uma sabedoria da humildade, que à sua maneira traduzem uma modesta lição de estoicismo.
A diplomacia tem revelado uma notável capacidade de ajustamento às conjunturas que, época após época, a vêm confrontando. Muito antes da nossa era, desde os tempos recuados das cidades independentes da Suméria, das rivalidades da China dos Reinos Combatentes, ou das lutas pela hegemonia na Grécia clássica, assistimos a uma persistente linha evolutiva de actividades de sinal diplomático, como resposta as várias exigências dos relacionamentos dos povos - e das suas ambições. Mas, na lenta passada da História, só bem mais tarde a Itália renascentista iria desenhar os contornos das primeiras embaixadas permanentes; igualmente, só bastante tempo depois os desafios de uma crescente interdependência obrigariam o trabalho diplomático a dotar-se de um novo método de negociação, hoje instrumento indispensável para o progresso dos Estados - o multilateralismo. Vários momentos marcam este caminho da diplomacia, "instituição mestra" das relações internacionais. Será útil recordar alguns dos mais influentes, bem como descrever as formas colhidas da experiência, da doutrina, e das normas que guiam aqueles que a praticam - os diplomatas.