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RESUMO: Este artigo aborda quatro crônicas da poeta brasileira Cecília Meireles que tematizam a Ilha do Nanja, transfiguração, em prosa-poética, da ilha de São Miguel, nos Açores, terra de origem de sua família materna. Cecília Meireles visita a ilha de São Miguel durante breve estada de cinco dias em 1951. Nessas crônicas, a poeta retranscreve a viagem real, operando elementos intertextuais e de efabulação, a partir de recursos poéticos, como sonoridades e sinestesias, o que resulta em uma íntima prosa lírica inspirada em experiência de viagem. A Ilha do Nanja torna-se espaço, ao mesmo tempo, de regresso a vivências afeti- vas da infância e de evasão, o que é analisado...
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RESUMO: Da obra bandeiriana têm sido destacados as relações com o Modernismo, com a música, o intimismo, o lirismo anti-romântico, a coloquialidade e a oralidade. No entanto, ela apresenta aspectos políticos que vêm sendo ignorados. Pretende esta comunicação mostrá-los, não só através de poemas conhecidos – em que Bandeira traça uma política de conservação e renovação da língua portuguesa ou se insurge contra padrões de poesia –, mas também em textos inéditos, sejam poemas, sejam cartas, sejam crônicas, em que ele fala abertamente ou de forma crítica de aspectos ligados a temas como liberdade, opressão, denúncia, participação social. Serão, por isso, passado...
RESUMO: Esta comunicação discutirá a tragédia pessoal de Maria Elvira, personagem lírica do poema em prosa de Manuel Bandeira, «Tragédia brasileira», inspirado, segundo o poeta, em um crime publicado em um jornal. Maria Elvira é uma proscrita social que acaba cometendo suicídio por não conseguir reintegrar-se à sociedade apesar das reiteradas tentativas de Misael para resgatá-la de sua tragédia pessoal. Essa personagem dialoga com a personagem lírica do poema canção de Chico Buarque de Holanda, «Geni e o Zepelim», uma vez que as duas vivem à margem da sociedade, condicionadas às degradantes experiências pessoais. O refrão do poema canção do Chico Buarque reproduz o j...
RESUMO: Em 1925, Manuel Bandeira publica no jornal A noite uma série de textos que compunham uma instigante e significativa «crônica da vida brasileira». Assumindo definiti- vamente o humor e a experiência brasileira, o poeta deu a esse conjunto de textos um título que Davi Arrigucci Jr. (1990) diz combinar «fermento libertário» e «humor dissolvente»: Bife à moda da casa. Fizeram parte da série os textos: Lenda brasileira; Dialeto brasileiro; História literária; Estilo; Trecho de romance; Poema tirado de uma notícia de jornal e Sonho de uma noite de coca. O objetivo deste trabalho é analisar esses textos destacando aspectos da expressão da expe- riência brasileira em tom m...
RESUMO: Estuda-se a expressão da brasilidade em Libertinagem (Bandeira, 1930), onde por intermédio da extrema exposição da expressividade do material e do imaterial, a condensação poética alcançada pelo poeta hospeda e exila o leitor, ao colocar em cena um profundo «senti- mento íntimo de brasilidade» (Assis, 1873). Analisa-se de que forma a opção estética pela redução ao essencial implicou na desconstrução do paradigma Romântico. Considera-se a exposição do nevrálgico rasurando a sintaxe do dramático na busca da alegria e do riso como mecanis- mos de condensação da expressividade. Infere-se que o «sentimento intimo de nacionalidade», em lirismo tão condensado, pr...
RESUMO: Em várias passagens de sua prosa e poesia, Manuel Bandeira ressaltou a sua obra como ruína do que poderia ter sido e não foi. Em Itinerário de Pasárgada (1954) escreve que «o elemento humilde» presente em sua poesia não resultou de qualquer projeto modernista, mas «muito simplesmente, do ambiente do morro do Curvelo». Cotidiano e tradição poética entrelaçam-se formando o húmus da poesia de Bandeira, que cantou em «Epígrafe», poema primeiro de Cinza das horas (1917) «esta pouca cinza fria» que ficou, escrita nas entrelinhas da leitura e da vida. Em linhas gerais, o centro da reflexão que proponho pode ser resumida na passagem seguinte do mencionado Itinerário: «...
RESUMO: A cidade do Recife, no estado de Pernambuco, também tem um histórico de gerar grandes personagens na área cultural, como foi o caso do poeta e escritor Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho, ou apenas Manuel Bandeira, nascido a 19 de abril de 1886, na Rua da Ventura, que hoje se chama Rua Joaquim Nabuco. Manuel Bandeira deu os primeiros passos na literatura através da colaboração em periódicos. O seu primeiro livro, em 1917, A Cinza das Horas, reuniu poemas do período em que tratava a tuberculose, em Clavadel, na Suíça. O quarto livro do escritor, Libertinagem, pode ser considerado como o marco na evolução de sua obra. Nele estão obras-primas que até hoje povoam os pe...
RESUMO: Manuel Bandeira afirmou, certa vez, que apenas sabia traduzir os poemas que ele mesmo poderia ter feito e que só sabia traduzir bem poetas que se assemelhavam a ele próprio. Meu ensaio pretende discutir essa espécie de narcisismo tradutológico por meio da análise de sua tradução de fragmentos do Auto Sacramental do Divino Narciso, obra da Sor Juana Inés de la Cruz. Os ovilhejos cervantinos que figuram o diálogo entre Narciso e Eco, revelam toda a sorte de semelhanças e diferenças que estão implicadas no próprio ofício da tradução das formas poéticas em pares de línguas notadamente semelhantes (exemplo espanhol - português). Meu método consiste em desafiar as reser...
RESUMO: A commedia serve de inspiração para o Carnaval (1919), e Bandera Manuel se vale de seus motivos e de suas personagens para criar uma espécie de eixo em torno do qual comunica uma emoção poética variada, instável. Com isso, o livro ocupa um lugar específico no conjunto da obra do poeta, sendo talvez aquele que mais diferenças e peculiaridades tenha em relação ao todo. Palavras-chave: Manuel Bandera; Carnaval; Commedia dell’Arte; Emoção; Máscaras; Mime; Improvisação. RESUMEN: En Carnaval (1919), Manuel Bandeira se inspira en sus motivos festivos y sus personajes para crear una especie de eje alrededor del cual transmite una inestable emoción poética. El libro ocupa ...