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RESUMO: Manuel Bandeira afirmou, certa vez, que apenas sabia traduzir os poemas que ele mesmo poderia ter feito e que só sabia traduzir bem poetas que se assemelhavam a ele próprio. Meu ensaio pretende discutir essa espécie de narcisismo tradutológico por meio da análise de sua tradução de fragmentos do Auto Sacramental do Divino Narciso, obra da Sor Juana Inés de la Cruz. Os ovilhejos cervantinos que figuram o diálogo entre Narciso e Eco, revelam toda a sorte de semelhanças e diferenças que estão implicadas no próprio ofício da tradução das formas poéticas em pares de línguas notadamente semelhantes (exemplo espanhol - português). Meu método consiste em desafiar as reser...
RESUMO: Este artigo aborda quatro crônicas da poeta brasileira Cecília Meireles que tematizam a Ilha do Nanja, transfiguração, em prosa-poética, da ilha de São Miguel, nos Açores, terra de origem de sua família materna. Cecília Meireles visita a ilha de São Miguel durante breve estada de cinco dias em 1951. Nessas crônicas, a poeta retranscreve a viagem real, operando elementos intertextuais e de efabulação, a partir de recursos poéticos, como sonoridades e sinestesias, o que resulta em uma íntima prosa lírica inspirada em experiência de viagem. A Ilha do Nanja torna-se espaço, ao mesmo tempo, de regresso a vivências afeti- vas da infância e de evasão, o que é analisado...
RESUMO: A commedia serve de inspiração para o Carnaval (1919), e Bandera Manuel se vale de seus motivos e de suas personagens para criar uma espécie de eixo em torno do qual comunica uma emoção poética variada, instável. Com isso, o livro ocupa um lugar específico no conjunto da obra do poeta, sendo talvez aquele que mais diferenças e peculiaridades tenha em relação ao todo. Palavras-chave: Manuel Bandera; Carnaval; Commedia dell’Arte; Emoção; Máscaras; Mime; Improvisação. RESUMEN: En Carnaval (1919), Manuel Bandeira se inspira en sus motivos festivos y sus personajes para crear una especie de eje alrededor del cual transmite una inestable emoción poética. El libro ocupa ...
RESUMO: Estuda-se a expressão da brasilidade em Libertinagem (Bandeira, 1930), onde por intermédio da extrema exposição da expressividade do material e do imaterial, a condensação poética alcançada pelo poeta hospeda e exila o leitor, ao colocar em cena um profundo «senti- mento íntimo de brasilidade» (Assis, 1873). Analisa-se de que forma a opção estética pela redução ao essencial implicou na desconstrução do paradigma Romântico. Considera-se a exposição do nevrálgico rasurando a sintaxe do dramático na busca da alegria e do riso como mecanis- mos de condensação da expressividade. Infere-se que o «sentimento intimo de nacionalidade», em lirismo tão condensado, pr...
RESUMO: O presente trabalho procura trazer para o debate acadêmico a poesia de Manuel Bandeira concebida como processo educativo de alunos da rede pública de uma cidade do interior do Rio de Janeiro. O projeto intitulado Na Locomotiva com Manuel Bandeira, desenvolvido no primeiro semestre de 2011, que teve sua culminância no mês de agosto do mesmo ano, procurou trazer para o espaço escolar a poética de Bandeira com o intuito de transformar os alunos em potenciais leitores. Visitas à biblioteca escolar, produção textual de poesia, intercâmbio cultural com projetos da Fundação Casa Lygia Bojunga foram algumas ações desenvolvidas no âmbito da educação extraclasse. Como partir d...
RESUMO: Em 1925, Manuel Bandeira publica no jornal A noite uma série de textos que compunham uma instigante e significativa «crônica da vida brasileira». Assumindo definiti- vamente o humor e a experiência brasileira, o poeta deu a esse conjunto de textos um título que Davi Arrigucci Jr. (1990) diz combinar «fermento libertário» e «humor dissolvente»: Bife à moda da casa. Fizeram parte da série os textos: Lenda brasileira; Dialeto brasileiro; História literária; Estilo; Trecho de romance; Poema tirado de uma notícia de jornal e Sonho de uma noite de coca. O objetivo deste trabalho é analisar esses textos destacando aspectos da expressão da expe- riência brasileira em tom m...
RESUMO: O prisma é a figura geométrica que bem metaforiza a obra de Manuel Bandeira (1886-1968), poeta lírico essencial à literatura brasileira do século XX e que também foi poeta-crítico, poeta-cronista, poeta-tradutor, poeta-professor, poeta-missivista. Estreou em 1917 com Cinza das horas, de sutil recorte parnaso-simbolista, mas logo tornou-se um dos ícones do Modernismo: além de ter transitado pelas formas e técnicas tradicionais e vanguardistas, explorou temas que abarcam a tradição lírica –Deus, a religião, a alma, o amor, a natureza, a família, a infância– e aqueles que ressaltam o desconcerto e a fragmentação do homem moderno –a grande cidade, o cotidiano simp...
RESUMO: Tomando como ponto de partida a conferência de 1942 pronunciada por Manuel Bandeira para celebrar o Centenário de Stéphane Mallarmé, esta comunicação examinará as ressonâncias desse texto de homenagem ao simbolista francês tanto para a produção poética e crítica de Bandeira quanto para a reconfiguração do lirismo brasileiro, convergentes no que se refere à redefinição do espaço exterior pela paisagem da imensidão íntima. Para demons- trar a eficácia dessa mediação realizada por Manuel Bandeira, serão estudados textualmente poetas e críticos brasileiros modernistas e contemporâneos com quem Bandeira dialoga, evidenciando a produtividade dessa reflexão para ...
RESUMO: Manuel Bandeira interrompeu os estudos de Engenharia e Arquitetura para procurar, no Brasil e no estrangeiro, cura para a tuberculose que o afetava. Contudo, nem por isso deixou de lutar contra a adversidade, convivendo com ela e superando-a através do desempenho de responsabilidades múltiplas, tanto no ensino como na atividade administrativa, como em tarefas literárias de organização de antologias, como no exercício da crítica literária, etc., tarefas estas não poucas vezes envolvidas na execução artística de modinhas tocadas ao violão. Deste modo, a obra poética del Bandeira, como em peça musical de três andamentos é articulada tanto pela tristeza, como pelo entusi...
RESUMO: Não há dúvida de que as relações literárias entre Brasil e Portugal já foram mais profícuas. Camões, Eugênio de Castro, António Nobre, Fernando Pessoa... Toda a formação escolar de Manuel Bandeira passa pelo mundo literário lusitano, conforme ele mesmo afirma em Itinerário de Pasárgada, seu percurso de memórias. Este trabalho, portanto, pretende destacar a presença de Portugal na obra de Manuel Bandeira. Do simbolista António Nobre, Bandeira assume uma força inspiradora, especialmente verificável na obra A cinza das horas, na qual é possível encontrar um diálogo intertextual muito rico entre o poeta brasileiro e o português. Além disso, há ainda uma série ...