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No ocidente peninsular a ação protetora dos santos irá manifestar-se inicialmente, em escala local. Como instrumentos e expressões de poder, a posse de um patrimônio sagrado revelava um protagonismo, que era ampliado aos promotores e gestores do culto. O controle episcopal dos vestígios sagrados garantia enorme poder político a seus detentores, produzindo uma verdadeira batalha por sua obtenção. Quanto maior a coleção de objetos sublimes de um santuário, maior seu carisma religioso. Locais onde céu e terra se unem, os vestígios sagrados funcionavam como polos de atração de peregrinos. O contexto hispânico, marcado pela dominação muçulmana e por disputas pela primazia episcopal, tornou-se complexo e singular. A proliferação de relíquias neste território contribuiu para delimitar espaços especiais, que teriam prestígio diferenciado por sua sacralidade.
Neste livro temos a intenção de discutir a importância simbólica e espiritual das relíquias cristãs e seus usos políticos. Elementos construtores de espiritualidade, as relíquias representavam a continuidade da presença dos mortos especiais entre os vivos. Corpos santos, mesmo que fragmentados, além de objetos e imagens, eram a expressão concreta dessa permanência. Impulsionando a ocupação e cristianização de territórios, o simbolismo atribuído aos fragmentos de Cristo e dos santos foram responsáveis pela instrumentalização da doutrina cristã, atraindo fiéis e ampliando as fronteiras entre o mundo natural e o espiritual. A veneração das relíquias faz parte das raízes históricas da fé cristã e do quadro cultural da Europa medieval, acabando por ter também um impacto significativo na esfera sociopolítica.
Portuguese Tangier (1471-1662) is a fundamental new contribution to the history of Tangier, a dynamically expanding Moroccan port on the south shore of the Strait of Gibraltar. The book offers a “virtual archaeology” of the Portuguese urban fabric heritage--both vanished and preserved--in Tangier's médina, the walled Old Town. Solidly grounded in archival sources and profoundly revisionist, Portuguese Tangier alters our image of the médina to an unexpected extent. Yet it makes no claim to being "definitive" in any sense -- on the contrary, it is no more than a starting point. The volume stands at a critical intersection of well-known documents, recently located sources, and those that ...
As peregrinações adquiriram uma importância crucial na história religiosa da Idade Média. Explorando o tema das peregrinações de um ponto de vista principalmente historiográfico, mas também geográfico, literário, jurídico e antropológico, este livro é dedicado tanto aos estudiosos da Idade Média e aos especialistas de História da Religião e da Igreja, do Direito e da Literatura, como ao público mais amplo que deseja instruir-se a respeito destes fascinantes processos que mobilizaram milhares de pessoas na Idade Média.
Edição ampliada e comemorativa pelo bicentenário da Independência Obra traz capa dura e ensaios de Heloisa Murgel Starling, Jean Marcel Carvalho França e Jurandir Malerba Quem observasse o Brasil em 1822 teria razões de sobra para duvidar de sua viabilidade como nação soberana. De cada três brasileiros, um vivia em regime de cativeiro. O medo de uma rebelião dos escravos tirava o sono da minoria branca. O analfabetismo era geral. De cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. O isolamento e as rivalidades entre as províncias prenunciavam uma guerra civil, que poderia resultar na fragmentação territorial, a exemplo do que já ocorria nas vizinhas colônias da América Espanho...
1822 e a independência do Brasil: segundo volume da premiada trilogia de Laurentino Gomes Em 1822, Laurentino Gomes compara diferentes relatos sobre o dia 7 de Setembro e a proclamação da independência. A verdade é que esse fatídico dia foi bem menos épico do que a pintura “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, nos mostra. Mais do que desmistificar o grito às margens do Ipiranga, o escritor analisa como Dom Pedro conseguiu, apesar de todas as dificuldades, fazer do Brasil uma nação na sequência das mudanças provocadas pela fuga da família real portuguesa em 1808. O autor mostra como as Guerras Napoleônicas, a Revolução Francesa e a independência dos Estados Unidos...
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O que foi a Idade Média? Temos acompanhado, nas últimas décadas, a forte contribuição das mídias na construção e na difusão de um imaginário sobre aquele período histórico que ressurge, predominantemente à parte de contextualização, em discursos, memes e revistas. Em um âmbito internacional, a imagem contemporaneamente criada do medievo aparece também em jogos, filmes, livros e séries de amplo consumo, imagem que se adere à cultura e passa a compor a memória histórica. Acompanhando tais manifestações do passado no tempo presente, pesquisas científicas e grupos de estudos vêm se dedicando cada vez mais a esse debate. O termo medievalismo, assim, pode ser definido como a Idade Média fora da Idade Média, construída a partir dos imaginários das sociedades moderna e contemporânea. Diante disso, esta coletânea, a cargo de historiadores de diversas instituições de ensino superior do Brasil e da Espanha, propõe discutir de forma crítica e aberta ao público extra-acadêmico acerca dos medievalismos e neomedievalismos, compreendendo suas formas, usos e propósitos político-culturais nas diversas partes do mundo nos últimos séculos.