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O livro III da Chancelaria de D. Dinis é um dos mais importantes, e de tipologia temática mais diversificada, no conjunto dos seis livros que a compõem (com a ressalva de que o livro V é um tombo e o livro VI, uma cópia do anterior). Deve ter ocupado inicialmente o quarto lugar na seriação dos livros da Chancelaria. Por motivos que desconhecemos, passou entretanto para o terceiro, trocando de posição com o actual livro IV (antigo livro III), que é de facto aquele que vem na continuidade dos dois primeiros, do ponto de vista temático e cronológico. O presente livro contém no seu corpus 871 documentos de tipologia variada (não entrando neste cômputo os documentos transcritos no ...
Esta dissertação de doutoramento pretendeu preencher parte de uma lacuna das historiografias medieval e do urbanismo portuguesas: questionar o programa e a forma da cidade medieval descodificando, por um lado, os contextos que a explicam e justificam, percebendo, por outro, o como e o quanto o urbanismo foi um instrumento de construção e consolidação da nacionalidade. A estratégia para essa análise, patente no próprio índice, consistiu em decompor o todo, analisando as partes, articulando-as no seu processo evolutivo, nunca perdendo de vista os agentes, do rei aos cidadãos. O recurso às vilas de fundação foi, em algumas situações, o meio para encontrar os protótipos mentais de quem decidiu e executou. Entre muitas outras conclusões confirmaram-se duas teses simples: que, apesar de nuances que decorrem das características do território e das gentes, o urbanismo medieval português partilha as características e a cronologia do europeu; que a compreensão desse urbanismo é fundamental para a entendimento dos processos usados pelos portugueses nos territórios que ocuparam na expansão e colonização ultramarina da Idade Moderna.
This book gives a definite contribution to a wide-ranging reflection on the medieval parish and the secular clergy, considered within a long-term chronological framework and a wide geographical scope that allows the analysis and confrontation of case studies from the Iberian kingdoms, Northern France, Italian Piedmont, Lombardy, Flanders, Transylvania, and North of the Holy Roman Empire. The chapters published in this book tells of dynamics of social, religious, and cultural exclusion and inclusion within lay communities, of the constitution of family elites and parish confraternities; it shows the composition and the recruitment rationales of the parish clergy and of some ecclesiastical chapters with a duty of Cura animarum; it examines the relations of the churches and parochial clergy with more prominent – secular and regular – ecclesiastical institutions in the context of the establishment and exercise of the right of patronage; finally, it explores the role of the secular clergy in the application of justice, based on the characterization of their cultural and juridical formation.
Pano da Terra, expressão telúrica que vemos aparecer nos documentos medievais, era o nome que se dava ao tecido fabricado localmente, distinto daqueles que vinham de fora. Na presente obra, vamos ao encontro das raízes dessa produção local, procurando combater a ideia feita de um reino que dependia totalmente dos panos estrangeiros para se vestir. Linho, lã e seda eram as principais fibras produzidas em Portugal e transformadas pelas mãos de artesãos mouros, judeus e cristãos. Um domínio técnico sedimentado ao longo de séculos permitiu que as diferentes regiões do país fossem capazes de criar tecidos com marca de origem, que conquistaram um lugar próprio no mercado. Alguns desses panos cruzaram as fronteiras, alimentando o comércio português com a Europa e com África. A crescente projeção que os produtos têxteis nacionais alcançaram no mercado externo mostra que esta indústria abandonava lentamente a sua condição de isolada e periférica, ao mesmo tempo que se constituía como um pilar fundamental da economia do reino.
A presente obra dá conta de como o Património Alimentar do Mundo Lusófono (em especial de Portugal e do Brasil) resulta de uma verdadeira “odisseia” de sabores, pois assenta sobre as viagens (longas, incertas e, o mais das vezes, penosas) de portugueses para terras desconhecidas ou mal conhecidas — desde os tempos iniciais dos descobrimentos (sécs. XV–XVI) até os fluxos migratórios mais recentes (séc. XX). Em sua bagagem, os colonos e os emigrantes carregavam uma série de memórias identitárias (dentre elas, a gustativa). A respeito desses Novos Mundos, criaram uma série de expectativas, sem nunca deixarem de sentir certa nostalgia em relação ao local/cultura de origem. A...