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Com uma abordagem que transpassa história e teatro, o livro organizado por Kátia Paranhos contribui para a pesquisa na área das ciências humanas tanto com uma discussão sobre teoria e fontes documentais quanto com análises das complexas relações entre leitor e história, ficção e vida. Na apresentação da obra, Kátia discute como a redefinição do campo de ação do pesquisador contemporâneo leva o texto teatral a ser entendido como mais um elemento constitutivo com o qual se trama o fio da história, e não como documento central de suas reflexões. O que não significa banir o texto teatral desse espectro de discussão, mas compreender o fato teatral como uma rede de relações dinâmicas que transitam entre a semiologia, a história, a sociologia, a antropologia, a técnica e a arte, a representação e a polÃtica. "A atividade teatral dialoga com outros campos do fazer artÃstico e, assim, é lógico que se incentive uma história que dê conta das relações verificadas dentro e 'fora' do fenômeno teatral", afirma Kátia.
A investigação, cuidadosa e inovadora, reconstrói em grande parte o universo dos próprios censores, por meio de extensas entrevistas tanto com esses, como com vários jornalistas. Traz à tona, portanto, a fala desse grupo conhecido pelo uso do lápis vermelho e da tesoura e sua face pouco vislumbrada. Michael Hall Doutora em História Social, Beatriz Kushnir lança, nos 40 anos do golpe de 1964, livro nascido de intensa pesquisa sobre um dos aspectos fundamentais do regime militar: sua relação com os órgãos de imprensa, da censura à colaboração. "O objetivo é iluminar um território sombrio e desconfortável: a existência de jornalistas que foram censores federais e que também...
Reavaliada 120 anos depois de seu inÃcio, em 27 de outubro de 1892, a extraordinária trajetória pessoal, literária, intelectual e polÃtica de Graciliano Ramos contada por seu melhor biógrafo ganha nova edição, ampliada e revisada, pela Boitempo Editorial. O velho Graça, de Dênis de Moraes, nos conduz pelos sessenta anos de história de um dos maiores narradores da literatura brasileira, com todo o rigor da documentação e dos depoimentos pessoais daqueles que o cercavam. O livro chega aos leitores com acréscimos que acentuam o conhecimento pormenorizado da vida e da obra do escritor alagoano. Entre as novidades, estão um bem cuidado caderno iconográfico, com imagens raras e atÃ...
A psicanalista Maria Rita Kehl retorna à s livrarias com uma coletânea de crônicas: 18 artigos publicados no jornal O Estado de S. Paulo e outros 26 em veÃculos como Teoria e Debate, Folha de S.Paulo e Época, escritos ao longo da última década. Estão contemplados nesta obra textos célebres, como "Dois pesos...", que expõe as fissuras de uma sociedade desacostumada com a participação dos mais pobres. Maria Rita questiona o papel do psicanalista na imprensa: para ela, não se trata de explicar certos fenômenos e "comportamentos" que intrigam a sociedade (e ajudam a vender jornais), mas sim de escutar o sintoma social. "O melhor que um psicanalista pode fazer, na imprensa, é quase ...
Escrito originalmente em Paris como tese de doutorado, sob a orientação de Lucien Goldmann, a obra é essencialmente um estudo da evolução polÃtica e filosófica de Karl Marx no contexto histórico das lutas sociais na Europa durante os decisivos anos de 1840 a 1848 e, em particular, sua relação com as experiências de luta da classe operária em formação e com o primeiro movimento socialista/comunista. Löwy relata o aparecimento, no jovem Marx, de uma nova concepção de mundo: a filosofia da práxis, fundamento metodológico de sua teoria da revolução como autoemancipação do proletariado. O livro busca compreender a gênese histórica do novo materialismo inaugurado por Marx ...
Em 1875, Marx encaminhou à cidade de Gotha um conjunto de observações crÃticas ao programa do futuro Partido Social-Democrata da Alemanha, resultado da unificação dos dois partidos operários alemães: a Associação Geral dos Trabalhadores Alemães , dirigida por Ferdinand Lassalle, e o Partido Social-Democrata dos Trabalhadores, dirigido por Wilhelm Liebknecht, Wilhelm Bracke e August Bebel, socialistas próximos de Marx. O projeto de programa proposto no congresso de união privilegiava as teses de Lassalle, o que suscitou crÃticas virulentas de Marx em forma de carta direcionada aos dirigentes. Sua oposição devia-se não à fusão dos partidos - quanto a isso era da opinião de ...
Quase cem anos depois da primeira revolta proletária bem-sucedida no mundo, a Revolução Russa, quando a palavra "revolução" de certo modo se banaliza e alguns chegam a proclamar o fim da história, a Boitempo Editorial publica uma antologia que reúne alguns dos principais textos "clássicos" do pensamento marxista. As armas da crÃtica, organizado por Ivana Jinkings e Emir Sader, traz textos de Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin, Leon Trotski, Rosa Luxemburgo e Antonio Gramsci. A escolha pelos marxistas para esta coleção se deve ao fato de o marxismo constituir a espinha dorsal das teorias e práticas da esquerda desde que esta se firmou como força polÃtica e ideológica a...
Selva concreta é a nova ficção do jornalista, radialista, dramaturgo e escritor paraense Edyr Augusto Proença. Ambientado em Belém, o romance traz incômodas semelhanças com a experiência urbana de qualquer cidade na periferia do capitalismo. Explorando as patologias e os vÃcios do submundo próprios à s metrópoles brasileiras, marcadas pela má distribuição de renda e pelo abuso de poder, Edyr compõe um retrato inusitado e desconfortante do Brasil contemporâneo. O fluxo intenso da narrativa submerge as múltiplas fisionomias da obra na cadência fragmentada da cidade: o policial corrupto, o playboy, o apresentador de TV picareta, o radialista ávido por um furo de reportagem, o cagueta, o assassino de moças, a cantora queridinha, a mulher do malandro, o boa-praça e outros tipos compõem o universo urbano de quem vive em uma "selva concreta" marcada pela violência que vemos nas manchetes policiais e pela sujeira que está por trás delas.
Originalmente lançado em 2005, Os prismas de Gramsci, em nova edição, revisada, com sua análise rara da elaboração da polÃtica de frente única, não só permanece atual como se torna uma obra necessária nestes tempos em que as forças retrógradas parecem ter voltado a dar o tom na polÃtica. Ao tratar da ação polÃtica e do pensamento de Antonio Gramsci (1891-1937) desde a experiência dos conselhos de fábrica (1919-1920) até o momento da detenção do pensador marxista pela polÃcia do fascismo, em 1926, o cientista polÃtico Marcos Del Roio aborda um perÃodo pouco estudado na trajetória gramsciana. Enquanto a maior parte dos autores se debruça sobre o perÃodo carcerário ...
Em Alguém disse totalitarismo? Cinco intervenções no (mau) uso de uma noção, Slavoj Žižek enfrenta o famigerado e pouco palatável tema do totalitarismo. Evitando ao mesmo tempo o polemismo barato e o detalhamento repetitivo, o filósofo esloveno envolve sua análise nos mais candentes impasses ideológicos do presente. Ao invés de apresentar uma crÃtica polÃtica das estruturas de exceção que constituem a administração totalitária, Žižek defende que a própria noção de "totalitarismo", longe de ser um conceito teórico efetivo, é essencialmente um tapa buraco: "em vez de possibilitar nosso pensamento, forçando-nos a adquirir uma nova visão sobre a realidade histórica que ela descreve, ela nos desobriga de pensar, ou nos impede ativamente de pensar".