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Quais são os impactos das tecnologias em nossa sociedade? Que consequências enfrentamos com a concentração das principais ferramentas tecnológicas que regem a vida de milhões de pessoas no domÃnio de um punhado de empresas estadunidenses? De que maneira é possÃvel relacionar algoritmos a racismo, misoginia e outras formas de violência e opressão? Em Colonialismo digital: por uma crÃtica hacker-fanoniana, Deivison Faustino e Walter Lippold entrelaçam tecnologia e ciências humanas, apresentando um debate provocador sobre diferentes assuntos de nossa era. Inteligência artificial, internet das coisas, soberania digital, racismo algorÃtmico, big data, indústrias 4.0 e 5.0, segura...
"O homem da Areia me parece o conto mais representativo do maior autor fantástico do século XIX, o mais rico de sugestões e o mais forte em valor narrativo. A descoberta do inconsciente ocorre precisamente aqui, na literatura romântica fantástica, quase cem anos antes que lhe seja dada uma definição teórica." — Italo Calvino Inteiramente ilustrado com obras do artista Eduardo Berliner, o grande conto de Hoffmann fica ainda mais desconcertante. Obra que inspirou Freud para cunhar o conceito de Unheimlich, "O homem da areia" traz uma mistura de relato epistolar e narrativa que borra as fronteiras entre vigÃlia e sonho, razão e loucura.
A toda velocidade, durante onze dias, por cerca de oitocentos quilômetros, um revolucionário russo cruza a neve siberiana montado num trenó de renas conduzido por um cocheiro local ébrio e folgazão. Cerca de um ano antes, em 1905, Trótski fora preso com mais quatorze deputados operários por sua participação nas greves de massa que reivindicavam melhores condições para o povo trabalhador. Condenados ao degredo, são conduzidos, sob forte escolta, num trajeto que se arrasta por mais de um mês nas paisagens cada vez mais geladas. No caminho, despertam a camaradagem dos demais presos polÃticos, de alguns soldados e da população em geral, o que oferece ao jovem Trótski as condiçÃ...
Desistir ou não desistir? Eis a questão. A pergunta pode parecer simples, mas a resposta nunca é fácil. Abandonar vÃcios é uma coisa; desistir da própria vida é outra bem diferente. Enquanto abrir mão de certas coisas parece positivo, algo a ser admirado e aspirado, abrir mão de outras é profundamente perturbador, se não mesmo indesejável. Há sempre sacrifÃcios bons e maus, mas nem sempre é claro de antemão qual é qual. Desistimos de algo porque acreditamos que não podemos mais continuar como estamos. Nesse sentido, desistir é um momento crÃtico – uma tentativa de fazer um futuro diferente. Em Sobre desistir, o aclamado psicanalista Adam Phillips ilumina as lacunas e as conexões entre as muitas formas de desistir e nos ajuda a abordar a questão central: do que devemos desistir para nos sentirmos mais vivos?
"A vergonha tem um destino duplo: um sombrio e frio que desfigura e conduz à resignação solitária; outro luminoso e incendiário que transfigura e anima a raiva coletiva." O que significa sentir vergonha? Quais as suas diferentes expressões? O que fazer com esse sentimento e o que ele tem de revolucionário? Essas são algumas das perguntas-chave de A vergonha é um sentimento revolucionário, do filósofo francês Frédéric Gros, autor de Desobedecer (2018) e Caminhar: uma filosofia (2021). Com referências a obras literárias, casos públicos e relatos pessoais, o filósofo traça um panorama ao mesmo tempo histórico e conceitual desse sentimento que produz sofrimento e pode culmina...
Revolutionary humanist and radical psychiatrist Frantz Fanon was one of the greatest Black thinkers of the twentieth century. Born in Martinique and known for his involvement in the Algerian liberation movement, his seminal books Black Skin, White Masks and The Wretched of the Earth are widely considered to be cornerstones of anti-colonial and anti-racist thought. In this essential introduction to Fanon’s remarkable life and philosophy, Nigel C. Gibson argues that Fanon’s oeuvre is essential to thinking about race today. Connecting Fanon’s writing, psychiatric practice, and lived experience in the Caribbean, France, and Africa, Gibson reveals (with startling clarity) his philosophical ...
Contracolonização é o conceito-chave desta obra de Antônio Bispo, que contrapõe de forma desconcertante o modo de vida quilombola ao da sociedade colonialista. Com uma linguagem própria, de palavras "germinantes", o autor oferece um olhar urgente e provocador sobre os modos de viver, habitar e se relacionar com os demais viventes e com a terra. A partir da Caatinga brasileira, mais especificamente do Quilombo Saco Curtume, no PiauÃ, Bispo denuncia a cosmofobia – o medo do cosmos que funda o mundo urbano eurocristão monoteÃsta – e empreende uma guerra das denominações, enfraquecendo as palavras dos colonizadores. Desafiando o debate decolonial, compreendido por ele como a depre...
"Catástrofes ancestrais são passado e presente; continuam nascendo mais do colonialismo e do racismo do que do horizonte do progresso liberal." Em Catástrofe ancestral – e existências no liberalismo tardio a antropóloga Elizabeth A. Povinelli denuncia o mundo ocidental e seu projeto iluminista como responsável pelas crises que hoje colocam a existência de toda a terra em risco. A catástrofe em curso se original na catástrofe ancestral, que se inicia na colonização, que amarrou mundos num processo em que a riqueza e bem-estar de alguns se fez em detrimento da miséria e poluição de outros. Lançando mão do trabalho de Glissant, Deleuze e Guattari, Césaire e Arendt, aliada a s...
O cuidado de si é o foco desta obra tardia de Michel Foucault organizada a partir de conferências de 1982 em Toronto, no Canadá. Nela, o filósofo persegue diferentes formas de busca de uma verdade sobre si numa perspectiva histórica, concentrando-se na Antiguidade greco-romana e no surgimento do cristianismo – com o desenvolvimento das instituições monásticas e as interdições referentes à sexualidade. A questão de fundo é: como se constitui o sujeito ocidental moderno? Partindo de uma leitura do AlcibÃades, de Platão, que apresenta o ponto de vista socrático sobre o tema, Foucault percorre em seguida, ao longo dos séculos, o pensamento de Sêneca, Musônio Rufo, Epicteto, ...
A artista Ãtalo-brasileira que se consagrou sobretudo por sua dedicação a escultura, pintura e gravura reuniu, ao longo de mais de cinquenta anos, também um corpo inédito de trabalho escrito, em prosa e poesia, que complementa e tensiona com sua produção visual. A obra textual de Anna Maria Maiolino dá mostras da sensibilidade que já se tornou sua marca registrada, e que aqui se manifesta em sua maneira de narrar as memórias ambivalentes com a famÃlia imigrante; o pertencimento ou não pertencimento à s várias terras que habitou; o mais Ãntimo da relação com amigos e amores de longa data; a feminilidade constitutiva de sua visão e experiência de mundo; a passagem indelével do tempo: "Agarro o minuto/ o segundo/ o átimo/ o milésimo do milésimo do instante/ somo-subtraio tempo/ até o fim". Em sua escrita, tão potente quanto sua obra plástica, também se podem ler as marcas que a psicanálise deixou na autora-artista. O traçado do desejo e a busca da linguagem não se esgotam nem na imagem, nem na palavra, mas insistem em se fazer presentes, no caso de Maiolino, como criação artÃstica.