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Aquilo que se espera da interdisciplinaridade não é uma mera integração de conhecimentos e, consequentemente, de disciplinas; mas que, por seu meio, o indivíduo possa desenvolver novos processos de pensar, de administrar e de encontrar novas soluções para os inúmeros desafios que a sociedade da Era da Informação impõem a cada um de nós. Assim, dada a sua complexidade, as palavras de Morin ecoam de uma forma surpreendente: “é preciso aceitar a aventura do pensamento complexo, pois o pensamento complexo nos dá instrumentos para ligar os conhecimentos.” Portanto, ligar conhecimentos e pensar complexo exige, de cada um de nós, mais do que mera vontade de “estar interdisciplinar”, mas de “ser interdisciplinar”; porém, para que isso ocorra, mais que boa vontade, é necessário ousadia para sempre querer mais e sempre ir além.
“Das páginas dos romances aos filmes e mesmo a obras de arte digitais, Drácula percorreu um longo caminho de metamorfoses intrigantes. Como morto-vivo que carrega consigo certa memória do velho mundo, ele alegoriza o vasto tema da memória cultural. Os fantasmas existem, e eles habitam nossa mídia, como memórias traumáticas ou jubilosas de um passado que as tecnologias não nos permitem jamais esquecer. (...) É, sem dúvida, uma história fascinante. O que esperamos é que o leitor também termine por ser seduzido pelo hipnótico olhar de Drácula e encontre nestas páginas importante fonte de informação (e também – por que não? – de diversão) a respeito de nossa história cultural recente.”
Pode-se dizer que as duas grandes “pragas” que ainda ameaçam o nosso tempo, no que diz respeito ao mundo da cultura, é a da monodisciplinaridade e, por extensão, a da hiperespecialização, que resultam na limitação da pesquisa e do conhecimento. Para combater esse vício congênito das universidades modernas e do mundo do saber em geral reflexões multidisciplinares começaram a ser difundidas, a partir de meados dos anos 70 do século XX. A interligação dos saberes passou a ser questão de ordem, a fim de que o conhecimento não ficasse circunscrito a um só ponto de vista, determinado pela tirania de um especialista. Realizando essa interligação de saberes em cinco ensaios, o professor Jack Brandão propõe-se a mapear grandes ramos de conhecimento de nosso tempo, procurando fundir o passado com o presente. Visa, com isto, não só a derrubar o princípio de compartimentação dos saberes, como também a investir contra a ideia de que o pesquisador precisa fazer terra arrasada do conhecimento dos antigos, para substituí-lo pela tirania do novo.
Circula no ideário social uma imagem de que o ensino não é trabalho, mas um sacerdócio. Como se os professores tivessem um dom, fossem profetas e não trabalhadores. É urgente, hoje, valorizar a profissão do professor e essa valorização requer que a significação, as condições e as questões desse exercício sejam conhecidas, compreendidas, clarificadas, questionadas, renegociadas e reconstruídas. Na concepção vygotskyana de ensino-aprendizagem, as mais elevadas funções mentais do indivíduo emergem de fenômenos sociais, como se tivéssemos “janelas de aprendizagem” e a ideia de mediação corrobora para que novos modelos se transformem em nova representação. É preciso que o leitor, ao entrar em contato com textos de revistas, esteja atento para perceber as imagens construídas por elas, que seja capaz de criar também outras imagens possíveis do docente. Cabe a nós, professores e pesquisadores contribuirmos para alterar o quadro com novos modelos de professores e resgatar o valor social desse trabalhador e desse métier particular que é o ensino.
Douglas nos faz viajar pelo maravilhoso mundo do tempo, das imagens e do conhecimento... do tempo petrificado nas fotografias; das imagens presentes em nosso mundo, em nossos sonhos, em nossos pensamentos; do conhecimento para saber lidar com aquelas imagens construídas pela humanidade ao longo dos séculos, por isso reveladoras daquilo que nós somos, mas que se perderam por essas mesmas estradas... Assim, ao tentar conhecer-se e reconstruir a vida de seus pais, o garoto descobriu muito mais! Acabou se deparando com o misterioso Livro de Luz, cujo poder é inimaginável a quem o possuir. Entretanto, para que pudesse ter acesso a ele, Douglas e seus amigos têm de passar por inúmeros obstáculos, barreiras, angústias e tristezas...
Se é verdade que a tradição é a memória dos povos, seu zelo é o desejo por continuidade. Assim, esta obra revive tradições e modelos de atuação, quando revisita as páginas da história que surge aqui não como uma tautologia inútil, mas como aspiração ao conhecimento, como zelo pelo humaniorum, corroborando verdades atuais. Nada mais lógico e desejável que se traga ao público a salvaguarda e o diálogo entre antropologia, sociologia e cultura pelo viés da imagem inserida em nossa atualidade. Assim, os trabalhos aqui reunidos demonstram ser representativos não só de uma série de questões que dão abertura a diversas reflexões, nas quais se encaixam o sentido da imagem, como também de sua relação com a objetividade de nossos dias. Longe de pensar que a atualidade seja uma noção simples, ela é condicionada a um regime de certa forma causal; e, por ser igualmente temporal, ela revigora e atualiza possibilidades. Por isso o contraponto entre atualidade e tradição tem em comum um só desejo: a continuidade de tudo que é.
Estamos inseridos em uma realidade imagética que se acredita sem precedentes e cujo princípio motor teve grande participação da fotografia. No entanto, este momento de iconofilia não foi único na história da humanidade, basta se verificar, por exemplo, o papel desempenhado pela imagem num período tão rico em contrastes como o Seiscentismo e confrontá-lo com nossa contemporaneidade. Assim, este livro oferece aos pesquisadores, cujo escopo é a imagem, alguns resultados dos trabalhos do Grupo de Pesquisa CONDESIM-FOTÓS DGP/CAPES. Este tem como objetivo principal tecer reflexões teóricas e práticas em torno da construção, desconstrução e refração imagética na arte – pictórica, escultórica e literária –, em especial do período que abrange o medievo e os séculos XVI, XVII e XVIII, a fim de se compreender como se processa sua recepção, hodiernamente, diante da perda de parte seu referencial.
Quando hoje nos vemos cercados por uma infinidade de imagens, não nos damos conta de seu poder sobre nós; pelo contrário, acreditamos ser seus senhores e que impomos nossa vontade e nossos desejos sobre elas. Claro está que, ao pensarmos assim, agimos de modo infantil, pois não se pode negar o óbvio: somos tão vulneráveis a elas como eram os povos ditos primitivos, antes mesmo do apogeu das grandes civilizações. Talvez haja sim uma grande diferença entre nós e nossos predecessores e essa não é apenas a propagação sem limites das imagens como se verifica hoje – em meio a um sem número de mídias que temos à disposição –, mas o fato de sempre lutarmos contra elas, não admitindo nossa sujeição e, pior, não acreditando nela. Ao agirmos assim, esquecemo-nos de sua capacidade particular de mediação, a qual controla a percepção que temos do mundo; levando-nos, por exemplo, a enxergar, ou não, este ou aquele objeto; ou a enxergá-lo como querem seus propagadores.
Discorrer sobre o Santo Sudário é adentrar em um terreno pantanoso, repleto de narrativas fantásticas muitas das quais propagadas por pessoas piedosas que sequer as haviam vivenciado, mas que escutaram de alguém aquilo que receberam de um outro que ouviu de um terceiro... Tal fissura só foi possível devido à ausência de registros seguros tanto nos Evangelhos – os quais nos legaram pouquíssimas informações a esse respeito ou para centrar-se no essencial, a ressurreição do Senhor, ou para não ter de reproduzir e propagar um ato banal no seio daquela sociedade –, quanto na história dita oficial, muitas vezes também preocupada com o incomum e o diverso. Buscando preencher par...