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Este livro é sobre a perseguição aos candomblés e o controle exercido sobre as manifestações de origem africana na cidade de Salvador através da Delegacia de Jogos e Costumes entre os anos de 1938 a 1976. Trata-se de pesquisa histórica documental realizada realizada nos arquivos da polícia baiana, nos livros de ocorrências e livro de queixas. Entre asocorrências encontramos apreensões de instrumentos a pessoas pegas de sobressalto colocando oferendas. Dentre as queixas, destaca-se ao lado do barulho, os feitiços chamados de bozó. O acesso às fontes pesquisadas por Vilson Caetano de Sousa Júnior representa uma contribuição de inestimável valor aos estudiosos da presença afro-brasileira e de suas marcas indeléveis em nossa cultura, em nosso modo de ser e, por meio dos difíceis caminhos trilhados por sua preservação.
Nos tempos atuais de crescente visibilidade pública dos candomblés, dos seus registros nos livros de tombo e da retórica de preservação dos patrimônios culturais afro-brasileiros, não resulta supérfluo lançar um olhar atento para um passado não tão remoto em que tais práticas de matriz africana eram ora silenciadas, ora perseguidas e depreciadas porquanto identificadas com atraso e desvio dos modelos civilizatórios europeus. Se esse olhar retrospectivo resulta salutar ao constatar o quanto se avançou, ele também nos alerta para o quanto ainda se precisa avançar, pois os discursos da intolerância religiosa de ontem se alastram até hoje, embora em novos púlpitos, com os mesmos efeitos perniciosos. Nesse sentido, o livro de Edmar Ferreira Santos atinge uma meta que qualquer pesquisa em história social pode almejar: a de nos permitir compreender em detalhe a complexidade do passado para, através dele, iluminar os paradoxos do presente (trecho retirado do Prefácio do livro).
Em país que, com tristeza, sentimos ainda estar imerso, enredado em privilégios senhoriais e patriarcais, mais um esforço para rompermos "qualidades do colonialismo" que perduram em nossas culturas de olhos voltados ao exterior, olhando para dentro do Brasil e de nós mesmos. Como contextualizou Michel de Certeau, a letra – inicialmente usada para leitura e interpretações de sermões e parábolas bíblicas – com a "descoberta" do Novo Mundo e o advento do Estado-nação, alçou voo em direção a "escrita conquistadora do Outro", desde e com princípios, interesses, valores estatais. Como bem situa Ênio José da Costa Brito "a história desenvolveu-se no início da criação do Est...
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Ele foi médico da elite da Bahia, mas também dos pobres e das crianças expostas da Santa Casa da Misericórdia. Voluntário da Guerra do Paraguai, deputado abolicionista e último imame malê de Salvador, era amigo de figuras notáveis do Século XIX, incluindo a Condessa de Barral, amante de Dom Pedro II. Recrutou soldados negros para a Guerra do Paraguai, os Zuavos baianos, e foi professor da primeira faculdade de Medicina.
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