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Não é de hoje que a filosofia pensa a sua relação com a política. E não são poucos os filósofos, e tantos outros tipos de pensadores, que estabelecem hierarquias entre ambas. Ora a filosofia fica à revelia da política, ora se dá o contrário. Vladimir Moreira Lima surge com um grande desafio: como estabelecer e pensar a relação entre filosofia e política prescindindo dos clichês que modelaram as relações entre filosofia e política, isto é, pensando esta relação de maneira inteiramente nova? Para enfrentar essa tarefa, o autor convoca dois dos maiores pensadores do século XX: Gilles Deleuze e Félix Guattari. E não podia ser diferente, pois estes pensadores sempre conce...
O que ressoa entre Félix Guattari, Duke Ellington, Thelonious Monk e Cecil Taylor? Quais são as tramas que unem estes músicos, filósofos, pensadores? Em Jazz e política da existência: a música de Félix Guattari, Vladimir Moreira Lima aborda as principais noções do militante político e psicanalista francês Félix Guattari (1930-1992), apresentando seu pensamento a partir de um questionamento – como funciona um ato de criação em política? E mais, o que se torna a política se pensada como uma práxis de criação existencial e não de gestão ou administração do que existe? Para tratar desta nova maneira de pensar politicamente e de pensar a política, a ideia do autor consi...
Uma biografia reveladora do escritor e ativista que inspira até hoje a luta por justiça social e racial. A vida de Frantz Fanon se lê como um verdadeiro thriller da descolonização. É também o testemunho essencial das convulsões políticas e intelectuais do século XX, cujas consequências chegam até nós. Após combater na Europa e no Norte da África durante a Segunda Guerra, e tendo estudado medicina na França, Fanon, um jovem psiquiatra carismático e talentoso vindo da Martinica, publica Pele negra, máscaras brancas com apenas vinte e sete anos: uma obra profética que com o tempo se tornará um clássico incontornável do pensamento antirracista. Num texto que preza pela clareza e erudição exemplares, A clínica rebelde é a melhor e mais profunda apresentação da vida e obra de Frantz Fanon. Traçando com minúcia o extraordinário destino de seu personagem, o autor mostra por que o revolucionário negro é cada vez mais importante nos dias de hoje. Fanon teve uma vida dedicada ao pensamento e à ação. Contraditória, como mostra Adam Shatz, mas cada vez mais essencial.
Entre julho e setembro de 1977, Paolo Bertetto, Franco Bifo Berardi e Félix Guattari se encontraram para conversas que imediatamente foram transcritas e publicadas na Itália. O livro, intitulado Desiderio e Rivoluzione ganha, agora, sua primeira versão em português, traduzida por Vladimir Moreira Lima, que organiza, também, o volume com textos relacionados à conversa e situa os leitores perante a explosiva situação italiana e francesa, que vivia os espólios do "momento 68". Entre concordâncias e discordâncias, Bertetto, Bifo e Guattari falam da falência de uma certa política, do fim do mito de pureza do internacionalismo socialista, de microfascismo, subjetividade, classe, proce...
"A música é como uma ameaça. Não metaforicamente. Não como slogans vagos e sentimentalóides, mas como componente de ingovernabilidade, dando vida à fricção entre o espaço e o tempo, o ser e o devir" Qual é a relação entre música e mudança social radical? Abalar a cidade – música e capitalismo, espaço e tempo, de Alexander Billet – autor inédito no Brasil, explora essas inter-relações de maneira original e cativante. Começando com a forma como o capitalismo e o Império têm distorcido progressivamente e atomizado nossas experiências estéticas auditivas ao longo do último século, Billet examina como as lutas sociais e os protestos em massa desafiam o isolamento e ...
a revolta, tal e qual pensada e vivida por aqueles que a realizam, não é nada mais do que fazer a política transitar pelo corpo. estende a política, lhe dá vida e densidade, libera as sensações habitualmente contidas; abre e fende a política – romain huët em dias intelectualmente miseráveis como os nossos, em que à direita se repete o odioso mantra de tatcher – "there is no alternative" – e à esquerda se aceita sem grande choque ou consternação que as esquerdas morreram, garau demonstra, em anatomia da revolta – temporalidade e destituição, que ser de esquerda é muito mais do que uma afiliação partidária ou certa vaga simpatia pelo que se chama, de maneira meio ri...
"A consciência do desejo e o desejo da consciência são o mesmo projeto que, sob a forma negativa, quer a abolição das classes." (S. E, § 53, p. 35) Notas de repúdio, assinaturas digitais, milhares de corpos atrás de notebooks e smartphones sem vida aparente, separados por fios e fibras, paredes de prédios e de casas. A realidade é um mundo à parte e tornou-se objeto da mera contemplação. De maneira paradoxal, somos tanto mais imóveis, quanto mais a especialização das imagens se movimentam ao nosso redor no mundo digital. O espetáculo nos toma a vida para demonstrar o movimento autônomo do não vivo. E quanto mais nele estamos, mais imobilizados ficamos. Mais de cinquenta an...
Creio que tenha sido François Zourabichvili (2005) quem tematizou do modo mais interessante esse apelo propriamente deleuzeano em exigir uma compreensão "ao pé da letra", em mostrar, falar, perceber e pensar "literalmente". Do mesmo modo, foi ele quem enfatizou a recusa igualmente deleuzeana (muitas vezes também guattariana) em qualificar seus conceitos como sendo da ordem da metáfora. O que está em jogo? Tentar escapar do dualismo que opõe sentido próprio e sentido figurado em nome de uma semiótica assignificante. E, com isso, experimentar a escrita, o pensamento, como sendo imediatamente uma práxis que produz um certo tipo de experiência ao privilegiar uma conexão com os própr...
Mariel Reis, entre os escritores contemporâneos com menos de 40 anos, é um dos mais reconhecidos e acolhidos por leitores e críticos. Apesar de ser mesmo um ótimo escritor, não saiu por aí reclamando ao não ter sido selecionado pela Granta. Afinal, Mariel sabe que é preciso afinar o silêncio para elevar a potência da sua narrativa. É o que ele faz neste seu quinto livro muito peculiar, onde 16 contos independentes estão organizados na grade de uma suposta programação diária de um canal de TV. Entre o Telejornal e a Novela das Seis, ou entre o Programa Feminino e o Fora do Ar, Mariel conecta fatos e emoções que constroem a nossa rede narrativa. Sofisticado sem ser arrogante, Mariel escreve afinado para os nossos ouvidos arranhados pela dissonância da vida, encontrando na ilogicidade cotidiana pequenas pistas ou brechas que conduzem o leitor a novas reflexões sobre os mistérios nossos de cada dia.
O livro que leitor tem em mãos refere-se a trabalhos de dois gigantes da literatura brasileira: José de Alencar e Machado de Assis. Todavia, não procura interpretar os autores realizando algum tipo de hermenêutica, muito menos busca perseguir qualquer tipo de essência literária ou verdade textual relacionada à história de suas vidas, nem intenta encontrar qualquer significante oculto; mas o contrário: visa instrumentalizar os textos destacando o que os mesmos oferecem para a potencialização da vida de quem os lê. Quais afetos podem ser mobilizados, aumentados ou diminuídos no leitor, levando-o à alegria ou não. Destaca-se aqui, portanto, uma teoria social das afecções que não esquece de tratar a relação das mesmas com a conservação ou transformação da sociedade. Nesta direção o trabalho ressalta o paradigma estético-político, o qual denomino esquema esquizo, para a percepção das dinâmicas sociais e das formações das subjetividades.