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Os ensaios de Atando as Pontas da Vida tratam da prosa de ficção, especialmente aquela feita em nossa literatura a partir da década de 1930, momento crucial de nossa modernidade literária. Numa segunda parte do livro, fazem um excurso brevíssimo pela prosa de Franz Kafka, terminando em dois textos memorialísticos. O conjunto forma quase que naturalmente um movimento circular, não só por certa simetria nas datas de escrita dos textos, como também pela recorrência de alguns temas e motivos, sendo o principal deles a figura paterna, personagem que aparece no início dos textos, reaparece em vários outros, terminando por ser tematizado no ensaio-crônica que fecha o volume.
Leniza Maier, cantora dos tempos do rádio, é a protagonista do romance A Estrela Sobe, de Marques Rebelo. Elis Regina, personagem real, consagrou-se como a melhor intérprete da música popular brasileira. Duas vidas, dois ensaios. Os autores identificam entre as artistas traços comuns de obstinação e analisam as contradições que perturbaram e deram sentido à carreira de cada uma. Assim, os textos aproximam as imagens de ambas a partir da relação entre mídia e literatura, real e ficcional. Apresentação: Luiz Tatit
A posição do narrador na prosa de Rubem Fonseca é o tema central deste ensaio de Ariovaldo José Vidal, professor de Teoria Literária da USP. A partir da análise dos cinco primeiros livros de contos do escritor, ele descreve os traços estilísticos que caracterizam sua obra. O estudo dá destaque à mudança ocorrida com os procedimentos narrativos no decorrer dos anos. Vidal também aborda as questões de gênero, os temas mais recorrentes e as influências de outros autores nessa ficção.
Andrea Hossne, professora e pesquisadora da USP, faz neste estudo uma leitura minuciosa dos célebres romances de Gustave Flaubert e Margaret Atwood. Nessa análise, ela retoma certos aspectos da tradição literária e levanta discussões teóricas para formular o conceito de bovarismo. A partir dele, analisa os princípios comuns de construção das protagonistas Emma Bovary e Joan Foster: ambas representam, cada qual a seu modo, uma tentativa de reconstruir o passado frente a um presente angustiante.
Desde os primeiros livros de Clarice Lispector, o olhar aparece como o principal instrumento de conhecimento e autoconhecimento. O objetivo principal deste ensaio é desenhar a trajetória de gênese desse olhar, elegendo como momento privilegiado o romance A Cidade Sitiada, de 1949. Por meio dele, a autora procura compreender um dos aspectos centrais da obra de Clarice: o modo como sujeito e mundo se constituem. Regina Pontieri é professora de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP.
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Este livro apresenta um percurso de reflexão em torno das personagens femininas da literatura de Marques Rebelo, partindo da trilogia O espelho partido e do resgate dessas personagens em algumas obras precedentes do autor. As mulheres aqui visitadas trazem imagens difusas de jogos de espelhos, que se refletem mutuamente na ficção rebeliana. A construção espelhada apresenta não apenas um diálogo endogâmico, mas também uma continuidade crítica, sobretudo em relação a um estratagema frequente na obra do escritor, o procedimento narrativo da mise en abyme. Ancorada numa bibliografia de peso sobre o assunto, Mariângela Alonso vai a fundo nesse tema, sem perder de vista as questões da mulher, oferecendo interpretações convincentes. O estudo vale ainda por recolocar em discussão a obra de Marques Rebelo, um escritor importante para as nossas letras e pouco estudado atualmente. Trata-se, portanto, de valiosa contribuição à fortuna crítica do autor, bem como à Teoria Literária, com novos pontos de vista surgidos pela abordagem inovadora da mise en abyme.