You may have to Search all our reviewed books and magazines, click the sign up button below to create a free account.
Em Fundo do Céu - do fundo do poço à conquista da sobriedade, Stella Rebecchi revela a árdua caminhada de uma mulher que precisou resgatar a si mesma no fundo mais escuro da alma, recuperando a sobriedade, e só por hoje, e a cada novo dia, precisa trazer sua vida de volta à superfície. Fabíola aprendeu bem cedo a mascarar seus sentimentos com o álcool. Mas a bebida (a princípio uma aliada capaz de tornar tudo mais leve, belo, suave e engraçado) com o tempo passou a mostrar sua face mais sombria, aprisionando os pensamentos, os gestos, o corpo e o espírito de uma mulher tão cheia de vida. Para se livrar dessa prisão, Fabíola precisava descobrir que ser forte não significa esconder sentimentos atrás de um copo, mas ter a força de exibi-los e enfrentá-los sem medo, de cara limpa, com água-tônica, diamante negro, e a determinação de quem ama sobretudo a si mesmo e a todos os que estão à sua volta.
Simplesmente por ser vegetariano, Hernán López foi perseguido e virou preso político na província de Santa Fé, no interior da Argentina. Desapontado com seu país natal, seguiu para os Estados Unidos, buscando o sonho americano da completa liberdade de pensamento e expressão. No entanto, em seu exílio, passou por situações inusitadas e desafiadoras. Conheceu as tradições e costumes do budismo, viveu em uma comunidade hippie, juntou-se com uma socialite multimilionária e ainda tentou uma imersão cultural na Ásia, sendo sempre urgente e imprescindível contar com sua presença de espírito para fugir dos constrangimentos e, por vezes, até da morte certa. Baseado em fatos reais – e com a prosa leve e divertida que lhe é peculiar – o escritor Alexandre Kostolias atravessa as décadas de 1970 a 1990 incursionando sobre o tema da tolerância, das liberdades, das crenças coletivas e suas contradições e, sobretudo, dos excessos de uma sociedade ocidental que se pretende moderna, intelectualmente superior e politicamente correta.
Maria-Theresien-Platz, Viena. Aquela sim, era a praça ideal para se cometer um suicídio. Não um suicídio qualquer, mas um ato extremo amadurecido, premeditado e, na medida do possível, civilizado. Eugenio, que fazia tempo se dedicara a compilar uma lista sobre os melhores lugares do mundo para se realizar a interrupção consciente da própria vida, não tinha mais dúvidas. Aquela Platz clássica, simétrica, mantida em estado de conservação impecável, merecia estar no topo da lista.
A última novela escrita por Christa Wolf conta a história do menino Augusto, que perdeu seus pais na guerra e passa três estações de um ano em um hospital na zona de ocupação soviética, no estado de Mecklemburgo, nordeste da Alemanha. Lá, ele encontra Lilo, uma adolescente que ajudava a tomar conta dos pacientes mais novos.
Um minúsculo apartamento ou uma planície deserta coberta de mandacarus? Entre contos de bar e casos de vida, o protagonista Salvador compara sua vida à de seu ídolo Lampião. Invasões, os embates contra a morte, a morte em si – dura e cruel –, a narrativa explora "uma multidão de despojados encerrados num inferno coletivo", seja no sertão do passado, seja no ambiente urbano do presente, entranhada em episódios que carregam desilusões e sofrimentos e a vontade de uma liberdade nunca antes sentida. O livro 'O governador do sertão' de Anatole Jelihovschi é um entrelace entre tempos, chegando a um ponto onde o passado se funde ao presente, em um quê de fantástico, como se estivéssemos dentro de um universo "a la" Cem anos de solidão da caatinga.
Atravessando os acontecimentos mais recentes no Brasil e no mundo, a vida de Ângela, Luís Felipe e Antonio se cruzam. Ela, dona de um sebo que sofre com os desafios de se estar no Brasil e no século xxi: a crise econômica, a informatização dos leitores, a mudança de hábitos e o comportamento de consumo dos mais jovens. Antonio, um jovem sonhador que resolveu escrever para uma nação que não valoriza livros. Luís Felipe, um professor de História que sobrevive a um atentado dentro de uma escola e passa a ser perseguido por criminosos. No desenrolar das aventuras dos três, um rosário de filmes, músicas e leituras que vão circundando, ilustrando, compondo o belo quebra-cabeças da vida. Octavio Caruso escreve 'A arte do guerreiro lúcido com o prazer quixotesco de criar um romance improvável, narrar o amor que surge feito a flor do asfalto de Drummond, resistindo com doçura e coragem contra a agressão do progresso e desafiando todas as adversidades de uma nova era hostil à delicadeza.
O romance 'Os Arcanjos', de Marcelo Caetano, é espetacular – ponto. Trata-se de um romance de três séculos, embora se passe nos dias de hoje. A linguagem é do século 19, à la Bernardo Guimarães, a trama, do século 20, à la Guimarães Rosa, e as reviravoltas, do século 21, à la narrativas cinematográficas. Gabriel, o narrador da história, se esparrama sem nenhuma vergonha acadêmica em todos os clichês que pululam à volta dos temas do amor, da amizade e da religião. No entanto, o romance revitaliza cada um desses clichês, tornando-os surpreendentemente verdadeiros e autênticos.
Memórias de infância, fragmentos, detalhes editados pela lei natural da vida. No romance de Ronaldo Costa Fernandes surgem figuras estrangeiras que circulam em meio a um Rio de Janeiro saudoso, numa atmosfera que, ora parece onírica, ora parece um testemunho histórico. Aparecem ao longo da narrativa a razão como um freio e alguns fantasmas mais recônditos, aqueles escondidos na dobra do escuro, que surgem nascidos não se sabe de onde e aguçam nossos atos de lembrar, em um eterno relato de balanço ou acerto de contas. O romancista brinca com essa linha tênue entre ficção versus drama e realidade versus vida, alimentando uma história de aconchego e que exala aromas dispersos, prof...
Os amores mais intensos são aqueles que não têm fim. Assim é o amor de Roberto e Martha, dois universitários que se apaixonam na década de 1960, no interior da FAFICH, em Belo Horizonte. Em uma narrativa ágil e emocionante, Anchieta Rocha revive a beleza e a inocência dos jovens que viveram os anos de chumbo, a brutalidade de uma época em que vozes dissonantes eram sufocadas, a ideologia e o sonho de que tudo pudesse terminar bem.
O que você faria se tivesse "um oceano de tempo pela frente" e a chance de viver novamente? Numa época onde "só se morre por suicídio, guerra ou acidente"? Neste romance, o leitor mergulha numa obra onde é mais do que memória aquilo que nos puxa. Tempo, liquidez e amor entrelaçados. Em "Tempo pelo avesso" da escritora Regina Taccola, somos teletransportados para um futuro onde transferências de memórias para a nuvem é algo comum. Nessa atmosfera, as pessoas "vivem o tempo que desejarem, absolutamente saudáveis. São rejuvenescidos até a idade social escolhida e o número de habitantes continua equilibrado no mundo". O Rio de Janeiro é o cenário de fundo – sem drogas, poluição ou matanças – para que a psicanalista Vera e o artista Ricardo possam viver encontros e desencontros, amor e prazer, repletos de ausências, redescobertas, saudades e reencontros.