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Talvez o poeta mais original da literatura inglesa, William Blake foi uma espécie de símbolo das manifestações socioculturais dos anos 1960 e 1970. Ao lado da psicologia de Carl Jung e Sigmund Freud, da filosofia e da religião orientais, das experiências da geração beat e do flower-power, via-se em sua poesia a expressão de uma nova era de Aquário, a rejeição de uma ordem mundial fundada no materialismo em detrimento da espiritualidade. Passado meio século, aquelas manifestações são história, ou adquiriram outras formas, mas a ordem mundial permanece, de ponta-cabeça, mais materialista e mais bruta. E a poesia de Blake continua instigante expressão dos valores humanos, ain...
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Na adolescência, Antonieta Neves é vítima de uma violência sexual, que a leva a fugir do Rio Grande do Norte para São Paulo. Desaparecida por seis anos, período em que enfrenta anos duros naquela cidade, é descoberta e ajudada por uma assistente social que fazia um levantamento dos moradores de rua durante a pandemia. A profissional acaba por descobrir que os parentes próximos de Antonieta foram vitimados pela covid-19, exceto seu pai, e convence a moça a voltar para suas terras e ajudá-lo na recuperação dos negócios da família. Antonieta recomeça a vida em Macaíba, vestindo a pele imaginária de Nieta Duboc, e neste retorno descobre preciosos segredos de sua mãe, guardados no porão. As histórias de mãe e filha se entrecruzam quando a moça estabelece uma relação amorosa com um homem que se prova filho do homem que foi o grande amor de sua mãe, antes de se casar com seu pai. O casal vive uma relação intensa onde o sexo tem papel central e motriz na resolução dos traumas de Antonieta. O prazer feminino assume um tom axial nesse livro de beleza ímpar.
Menino já crescido, Carlos descobre numa gaveta secreta do escritório do pai, um soneto manuscrito por ele, junto a duas cartas: uma escrita por ele, endereçada à mulher inspiradora dos versos, e outra, feita por ela em resposta. Os versos deste soneto impressionam o rapaz que decide encontrar a identidade desta musa, procurando-a em cada mulher que o rodeia ao longo de sua vida, em todas as caligrafias, na sala de costura de sua mãe, no colégio, nas ruas. E ele encontra várias delas. Fascinado, ele as observa de longe no início, e depois, de muito perto, aprendendo com elas, alcançando seus segredos à medida que cresce e se envolve em suas vidas. As mulheres do soneto gravitam em ...
Bolsonarismo, integralismo e fascismo: diálogos entre Jair Bolsonaro, Plínio Salgado e Benito Mussolini mergulha de forma acessível e esclarecedora no mundo da política brasileira, tanto contemporânea quanto histórica. Este livro enfrenta o desafio de compreender os movimentos antidemocráticos que ecoam pelo Brasil e pelo mundo, sem sobrecarregar o leitor com jargões acadêmicos. Ao se debruçar sobre discursos, obras e programas de líderes como Mussolini, Plínio Salgado e Jair Bolsonaro, o livro busca responder a uma pergunta crucial: o fascismo, que teve seu auge na Europa até 1945, pode ressurgir em diferentes períodos e lugares, incluindo o Brasil? Com uma abordagem crítica,...
Enquanto o mundo manifestava-se nas redes sociais e nas ruas após a notícia do assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos – um crime de racismo -, uma das autoras deste livro vivia sua própria "inquisição" ao ser questionada pelo filho, um menino negro de pele clara, o que ela, enquanto mulher branca, tinha feito para que Zumbi dos Palmares não fosse também assassinado. Essa interpelação aconteceu em maio de 2020, quando esta autora lia, para seu filho, o livro Amoras, do rapper e escritor Emicida, e em uma das páginas Zumbi aparece com uma fala potente: "Não foi em vão!" A partir desse fato, nasceu o projeto "Ei, você, cara pálida", cocriado com um grupo de pessoas tamb...
No Recife dos anos 1990, essa é a história de duas viúvas, vizinhas e inimigas, cujos maridos mataram um ao outro em um grotesco duelo sem sentido. Fragmentos de memória (e também de invenção) da narradora (que reescreve fatos que testemunhou na infância) revelam ao leitor as personagens, que poderiam comungar suas dores, mas decidem enfrentá-las com vingança. "O ódio entre Margarete e Guiomar era genuíno, tão explicável e entendível que não havia lados ou partidos entre os moradores da vila. Ninguém torcia por uma, ou por outra. Alguns talvez torcessem contra as duas, e sigilosamente desejassem que sumissem, aliviando-os de presenças tão pesadas." Em linguagem fluente, sóbria, em vários momentos poética e com passagens bem-humoradas, As viúvas passam bem - livro finalista do Prémio Leya, de Portugal - é um romance sobre a beleza frágil do amor. Trata também dos movimentos da vida e do sempre possível recomeço.
Caminhos abertos - O que viajar nos ensina sobre liderança, propósito e fazer a diferença no mundo nasceu da seguinte pergunta: "Será que todos nós nascemos verdadeiramente livres?" A partir desta questão, Riq nos convida a conhecer a sua trajetória desde a infância vivida em um típico lar de classe média paulistana, cheio de cobranças e expectativas, até se tornar um dos empreendedores mais inovadores do país na atualidade. Desiludido e insatisfeito com os padrões de sucesso impostos pela sociedade, Riq, ainda muito jovem e recém-saído da faculdade, deixou para trás um emprego dos sonhos em um prestigiado banco de investimentos e tomou a corajosa decisão de sair para desbr...
Um clássico absoluto que oferece caminhos diversos de leitura e interpretação, da sátira pura à análise política e à reflexão filosófica sobre a nossa existência. Uma das grandes sátiras da literatura de língua inglesa, Viagens de Gulliver vai muito além do imaginário criado sobre o explorador que se descobre gigante em meio aos diminutos liliputianos. Parodiando os relatos de viagem em voga na época, Jonathan Swift constrói uma narrativa especular e corrosiva que usa o sarcasmo de modo genial para fazer uma crítica feroz à Inglaterra, à monarquia, ao progresso, à ciência e ao olhar arrogante do colonizador. Como um etnógrafo aprendiz que esquadrinha culturas consideradas primitivas, Gulliver enxerga nelas apenas a manifestação do selvagem, do inferior, até perceber as contradições e desumanidades da sociedade dita moderna, tão ou mais primitiva que as outras. Divertida, amarga e irônica, a obra maior de Swift é um tratado ácido sobre a civilização humana, suas relações e instituições marcadas pela hipocrisia, pelo preconceito e pela ganância.