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Macário é uma peça teatral dividida em duas partes, elaborada muito mais para ser lida do que encenada. Na primeira parte, o personagem Macário chega a uma estalagem, onde encontra um estranho com o qual inicia um diálogo. Logo, esse estranho revela ser ninguém menos que Satã. Na segunda parte, entra em cena um novo personagem, Penseroso, que se opõe a Satã, pois possui características angelicais.
Escrito no formato de uma peça de teatro, teoricamente um drama fantasioso para ser encenado, Macário tem essa mesma estrutura negada por Álvares de Azevedo: em seu texto de introdução, ele esclarece que a forma é muito mais um meio para sua literatura, e que nada daquilo fora moldado, de fato, para um palco. Macário é um personagem perdido que, em certa noite, tem um encontro com um estranho: Satan! Que o carrega, no primeiro episódio, por cenários de pesadelo, expondo sua índole e revelando o horror como figura de denúncia social. A segunda parte leva Macário para a Itália e para a companhia do apaixonado e inocente Penseroso. Aqui, Álvares de Azevedo afia sua licença poética contra os dogmas da arte, da literatura, da cultura que o cerca. O suicídio de Penseroso é a morte, pelas próprias mãos, do romantismo açucarado, é a vitória do cinismo libertário — que se compadece de ter sobrevivido à custa da perda de toda a inocência, mas reserva uma espiada pela janela de uma taverna onde bêbados perdidos discursam seus pecados e amores malditos!
Manoel Antônio Álvares de Azevedo (1831-1852), escritor e poeta romântico, foi em tudo coerente com a arrebatada opçăo estética (o romantismo) que fez: genial, culto, precoce, construiu uma obra pequena, porém clássica dentro da língua portuguesa e morreu aos vinte e um anos incompletos. Aos 10 anos já falava inglês, francês e latim. Cursou a faculdade de Direito em Săo Paulo, e teve praticamente toda a sua obra publicada após a sua morte. Como escritor brilhante que foi e poeta original e talentoso, a qualidade da sua obra surpreende pela precocidade com que foi concebida. Discípulo dos românticos europeus como Byron, Hoffmann e Shelley, seus textos refletem o ambiente de su...
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Noite na Taverna foi publicado em 1855, três anos após a morte de Alvares de Azevedo.A obra e composta por sete capítulos que incluem um prologo, um epilogo e cinco contos que são narrados em primeira pessoa por cada um dos rapazes que estão reunidos em uma mesa de uma taverna: Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann. O local do encontro esta repleto de bêbados e prostitutas e, animados pelo álcool, esse grupo de amigos decide compartilhar acontecimentos inusitados de suas vidas que levam a divagações filosóficas.
Morte, amor e filosofia em cinco histórias góticas, de atmosfera onírica, no grande clássico macabro de Álvares de Azevedo Cinco histórias de atmosfera onírica, contadas por amigos que se deixam levar pelos vapores do vinho e do tabaco numa taverna. A dicotomia amor/morte, presente nas narrativas, surge nas figuras de mulheres trágicas e diáfanas em cenários lúgubres, não raro com a presença de túmulos, caixões e punhais. O primeiro a contar sua história é Solfieri. A narrativa sombria é sobre uma mulher misteriosa e pálida que sofre de catalepsia. Por sua vez, Bertran fala de um duelo, uma virgem deflorada e uma estranha viagem de navio. Gennaro, um pintor, se envolve com a mulher e a filha de seu mestre, que prepara uma vingança. A história de Claudius Hermann se desenrola a partir do amor por uma duquesa e o assassinato de seu marido. Johann retoma o tema de outra história, o duelo – desta vez seguido de reviravoltas sobrenaturais. As histórias são precedidas por uma discussão sobre filosofia, contrapondo materialismo e idealismo, exaltando a superioridade do segundo a partir de citações a Fichte e Schelling, e sobre o panteísmo de Spinoza.
O livro é uma seleção de poemas de um dos expoentes do romantismo brasileiro, movimento literário do século XIX. A obra, organizada em três partes, apresenta o surgimento do poeta sonhador em busca do amor e prenunciando a morte. Em outras composições, ele diz perceber estar próximo do fim, confessando-se deslocado e errante.