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Continua vivo o interesse para a civilização, para a arte e para a literatura da época colonial nas terras americanas. O presente volume opta por seguir uma linha de pensamento que reconhece a tradição de saberes do Barroco como uma função geradora que permite a compreensão das artes como reveladoras da realidade que nos circunda. Pode e deve-se compartilhar a verdade de que o conceito de Barroco fora construído a posteriori. Mas isso não traduz sua inexistência e sim sua fundamental importância como potente conceito revelador construído pela crítica.
A poesia de Filipa Leal é inumana e luminosa e os seus poemas dão voz a um gesto de libertação individual em deriva constante. É nesse espaço que o traço aparentemente aleatório do voo de um pássaro se cruza, livre, com a arquitetura louca de uma cidade estranhamente "presa nas palavras". Desta ligação íntima, proposta ao leitor de A cidade líquida, emerge um sujeito cujo rosto se confunde com a própria rota que vai construindo. Um sujeito que recusa um qualquer destino comum e sedentário e se afirma no desenho límpido de uma geopoética de uma claridade absoluta.
O livro nasceu de uma colaboração entre a Universidade Federal do Ceará, a Scuola Superiore Meridionale di Napoli e a Università degli Studi di Genova. É o resultado de uma conferência intitulada Letterature in contrappunto. Esperienze di critica letteraria tra Mediterraneo e Atlantico, que ocorreu no dia 8 de dezembro de 2020, na Universidade Federal do Ceará. O livro reverbera o tema que o intitula. Tenta colocar em diálogo pesquisas brasileiras e italianas que se contrastam, se entrelaçam ou simplesmente se complementam.
A obra da socióloga francesa Gisèle Sapiro vai, aos poucos e ainda bem, sendo traduzida no Brasil e se tornando incontornável. Conhecida por suas investigações de inspiração bourdiana sobre traduções, autorias e os estudos da edição, neste livro que ora a editora Moinhos publica, Sapiro aborda, com coragem e profusão de exemplos, temas como a associação (ou não) entre vida e obra, biografia e literatura ou cinema, em casos amplamente conhecidos não apenas na França, mas no mundo. Escritores, cineastas, filósofos e outras figuras intelectuais são postas em xeque diante de suas escolhas políticas, ideológicas ou da declaração de seus preconceitos, a despeito de terem pro...
Articoli di B. Sicca, E. Bronzino, F. Cambria, A. Pizzo, L. S. Vygotskij, E. G. Carlotti, V. Di Vita, A. Attisani, R. Leoni.
Ser editora é dizer não; e alguns sim. Mas com base em que critérios? As escolhas das editoras são justificáveis? O dito feeling pode ser aprendido? Vanessa Ferrari é uma profissional experiente que já analisou centenas de originais. Neste livro ágil e envolvente, ela revela segredos do ofício, começando pela leitura de obras que pretendem ser publicadas. Na sequência, a autora – aqui ocupando o outro lado da mesa, isto é, foi lida, examinada, respondida e editada – propõe cinco tipos de narrador e suas características, mostrando, com fartura de exemplos, as armadilhas estilísticas dos primeiros rascunhos, das frases prontas e, em uma escala mais ampla, desmonta o que o senso comum entende como escrita literária. No final, depois de suas palavras honestas à guisa de considerações finais, Vanessa Ferrari sugere obras que contribuem para uma formação consistente aos que desejam editar e seguir uma carreira literária. Ótima leitura, sem rodeios, tanto para quem quer ter um selo editorial quanto para os aspirantes a escritor. Ana Elisa Ribeiro
O insólito literário é a chave de leitura que consegue dar conta dos absurdos da história recente humana, perpetrados pelos processos de colonização europeus. E Roque Larraquy tece com maestria seu insólito, adicionando temas caros à ficção científica nesta crítica a facetas argentinas que esse país desejaria esquecer. A telepatia nacional, como nas melhores histórias da literatura fantástica, insere nomes reais em uma trama ficcional complexa. Inicia com o sequestro de índios da Amazônia peruana em 1930, que são levados, através do Brasil, a Buenos Aires. O objetivo? Replicar em solo portenho o projeto asqueroso europeu que gerou lucros imensos no séc. XIX: um zoológico...
Ler Mika Andrade é um convite às eróticas vividas e a se aventurar pelas ainda não vividas. Ali, se encontram, na memória do corpo. Como se ao lê-las, o leitor se deparasse com a poeta em seus atos de amor, tesão e uma escrita que fala sobre esse desejo de escrever. Não é à toa que a poeta insiste: "de novo/ o poema preso/ – intacto –/ na garganta". Nos entre mundos de meias-riscas e repetições. O poema, ali, situado no ápice de sua externalização para o mundo, como quem ensaia. Seu nascimento. E vocalização, posto que, quem nasce, gera som no mundo. Voz. Pois chora, e se chora é porque demanda algo. Começando a demandar quem os ouça e os beba, aplacando uma sede e ge...