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São bastante conhecidos os versos "Todas as cartas de amor são / Ridículas", do Fernando Pessoa, na verdade pelo seu heterônimo Álvaro de Campos. Prática tão comum quanto a poesia adolescente, escrever cartas de amor faz parte da história de quase todas as pessoas, num tipo de texto que vai do recado banal ao confessionário mais íntimo e secreto. Na literatura, é natural que o formato tenha sido explorado ad nauseam. Desde o chamado gênero epistolar, cuja técnica rendeu grandes romances entre os séculos XVIII e XIX, até a própria valorização da troca de cartas entre escritores, as missivas literárias atraem muitas pessoas, estabelecendo uma relação de proximidade entre t...
Entre o refluxo lírico, os sanatórios de ternura e as cascas de parede, Davi Koteck extrai poesia dos gestos e das cenas mais simples, desfiando imagens e sentimentos inesperados como numa conversa íntima, e cria novos sentidos com a facilidade de quem sabe revirar o verso pelo avesso até extrair âmago do poema. "Davi escreve, com notável singularidade, sobre os intervalos, imperceptíveis em variados graus, dispersos entre o transitar do tempo e dos afetos, também sobre olhares e buscas que não se completam. [...] Um livro a ser desbravado pelos que sabem das perturbações que há em cada pequeno momento de afeto." [Paulo Scott]
Este livro conta a história de vários inícios. Primeiro, o início da Oficina de Criação Literária da PUCRS, que completa anos em – a mais longeva em funcionamento no país. O surgimento da Oficina está retratado num saboroso artigo de Luís Roberto Amabile e num instigante perfil escrito por Fred Linardi sobre Luiz Antonio de Assis Brasil. Ministrada desde a primeira edição por Assis Brasil, a Oficina exerce papel importante em nosso sistema literário, revelando, a cada ano, novos escritores. Pensando nisso, este livro também reúne contos publicados, quase todos, em antologias da Oficina. E assim, como ressalta Gabriela Richinitti na introdução a esta "antologia das antologias", aqui se encontram os inícios de carreira de vários nomes fundamentais da literatura brasileira contemporânea.
Um dos mais evidentes ganhos da literatura é a possibilidade de tomarmos contato com a diversidade, significada pelas múltiplas percepções da vida, e isso é particularmente visível numa antologia de ficcionistas. No caso, são ficcionistas que passaram por uma experiência comum de oficina de criação textual. O que poderia levar – como alguns ainda pensam – a uma espécie de homogeneidade, revela-se uma extraordinária alforria para a invenção e para o expressar-se com liberdade e destemor. Os contos deste livro são resultado e, ao mesmo tempo, ponto de partida. O leitor verá que os caminhos são tantos quanto a pluralidade das opções pessoais, e isso é que faz da literatura um saudável e construtivo ponto de reflexão entre díspares – reflexão de que tanto necessitamos em nossos dias – sobremodo quando escrita com arte e competência.
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