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Este livro aborda a capacidade interna de doação e acolhimento/contenção intrapsíquica, onde transformações podem ocorrer por meio de processos vinculados ao conhe-Ser. Nesses processos, a generosidade e a autenticidade têm a chance de nascer levando o indivíduo a realizações. É somente esse processo do contato íntimo consigo que possibilitará uma saída criativa para lidar com a realidade. Quando ocorrem transformações, o prazer se realiza, aproximando o indivíduo do "O" possível.
Este importante volume organizado por Walkiria Nunez Paulo dos Santos, e para o qual também contribui com um capítulo, foi desenvolvido a partir de um grupo por ela constituído para estudar o tema que coloca em destaque: as vivências de desamparo comuns a todos os seres humanos e as diferentes maneiras de se lidar com ela, tanto as mais "felizes" quanto a mais "infelizes" em termos práticos para a lida da vida cotidiana. São trabalhos calcados na ampla experiência clínica de seus autores e é a partir dessa prática que a escrita se desenvolve. Podemos articular a experiência psicanalítica a um mergulho profundo – deep zoom – tal como o do Hubble para o espaço cósmico, na direção das dimensões infinitas e também espantosas da mente humana e do inconsciente. Uma viagem no desenvolvimento da elaboração ou pelo menos da capacidade de manter-se lúcido e funcional diante do nosso desamparo natural. Claudio Castelo Filho
"História do começo, dos começos (Urgeschichte). Estrutura mítica de uma origem que não teve lugar, não um lugar preciso ou realista, mas que, no entanto, inicia a história do ser. O desamparo é o término inicial, o alfa que suscita em Freud uma série de construções conceituais rigorosas e estritamente solidárias entre si (processos primário e secundário; princípio do prazer e realidade; identidade de percepção e pensamento; eu, prazer e realidade). Sempre pares conceituais cuja articulação não é pensar em términos de simples oposições, mas cuja polaridade permite expressar um paralelismo que reconhece um sistema de semelhanças e diferenças onde cabem a similidade, a equivalência, a complementaridade e a oposição. É dentro desse andaime conceitual que Freud vai discernir as noções de desejo inconsciente e angústia que serão a pedra angular na lógica das formações do inconsciente e que constituirão o objeto de nossa ciência." - Marcelo Vinãr Membro, titular da Asociación Psicoanalítica del Uruguay (APU).
Samantha sabe que tomar o indizível, o invivível, o inimaginável, como tema de pesquisa é caminhar nos limites da interpretabilidade – Die Grenzen der Deutbarkeit – e é justamente dessa posição assumida ao longo do livro que resulta uma costura delicada na qual os sonhos, esse tema central da obra freudiana, são o inusitado e intrigante ponto de articulação entre a vivência nos campos e a psicanálise. A autora traz relatos de sonhos que foram narrados em livros, escritos em papéis, escondidos sob as roupas, enterrados para serem encontrados. Eles são cuidadosamente ordenados por temas – sonhos de pão, de amor, de narração, de ruptura de fé, oraculares, sonhos fora do tempo. No limite da mais desumana condição de angústia e desamparo, sonha-se. Teriam os sonhos nos campos contribuído para a sobrevivência daqueles que puderam contá-los depois? – pergunta-se Samantha. Mesmo nessa condição em que aparentemente já não resta mais traço de humanidade, o psiquismo trabalha a serviço da vida e o sonho revela sua mais básica função psíquica, a de fazer dormir. Michele Roman Faria
Todos os monstros da Terra: bestiários do cinema e da literatura recompila a fantástica e prolífica fauna que habita nossa imaginação como espectadores e leitores. Por séculos, os bestiários foram compêndios sobre seres tanto naturais quanto fantásticos. Sua ideia, porém, ainda permanece conosco na forma das tantas monstruosidades que povoam as páginas dos livros e as telas da ficção. Adriano Messias, pesquisador e escritor, foi premiado com o Prêmio Jabuti de Comunicação com esta obra, a qual também conta com uma versão em língua espanhola. O livro adentra o conceito e a delimitação do gênero fantástico, investigando uma ampla tradição em torno dos monstros. Desde a Antiguidade até nossos dias, o pesquisador nos mostra que essas criaturas que nos assustam e nos encantam podem ser entendidas como sintomas da cultura – pelo viés semiótico e pelo psicanalítico. Dessa maneira, mais do que apenas produto da criatividade, o monstruoso tem a força de demarcar processos políticos e culturais. Os corpos dos monstros, suas formas e funções nos revelam um alto nível de significação, mostrando-nos o que a sociedade oculta e marginaliza.
Os temas mais atuais do campo da técnica psicanalítica, como aqueles da modalidade interpretativa, do fim de análise, da contribuição dos dados do paciente em cada estágio da análise, são aqui aprofundados através do uso do material clínico, o mais importante instrumento de comunicação capaz de evitar a dificuldade de entendimento. O onírico é considerado o momento básico do trabalho psicanalítico. O onírico vai além do sonho, está presente como contínua atividade da mente e que consente se transformar em pensamento e emoção que estimula tanto o mundo interno quanto o externo.
Ciência e ficção em Freud fornece uma contribuição decisiva não apenas para a discussão sobre o estatuto científico da psicanálise. Ele nos mostra quanto a consolidação do discurso científico deve ao uso sistemático da ficção, da escritura e de procedimento que, à primeira vista, poderiam parecer mais próprios à interpretação de obras literárias. Nessa original reflexão a respeito do estatuto da práxis analítica, Alfandary nos leva à reconstrução sucessiva dos modelos epistemológicos que moldaram a psicanálise, sempre expondo como eles foram acompanhados pela modificação e pela multiplicação dos gêneros de escritura. Dessa forma, constitui-se uma articulação cerrada entre filosofia, clínica, teoria das ciências e sensibilidade literária capaz de mostrar como a ficção não é o avesso da cientificidade, mas um regime de formalização constituinte da realidade humana e das modalidades de intervenção em seu seio. Vladimir Safatle
Este livro é uma publicação do evento comemorativo dos 70 anos da existência da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, promovido pela atual diretoria da SBPSP. Podemos pensar a respeito desse evento como uma publicação muito especial, única de seus autores e dos pioneiros de nossa Sociedade disponibilizando generosamente seu testemunho autobiográfico quanto à importância que a psicanálise adquiriu em suas vidas, em nossas vidas, um patrimônio da humanidade. Anne Lise Di Moisè S. S. Scappaticci
Enquanto signo não standard de luto, as tatuagens surpreendem pela rápida e ampla absorção não só entre jovens. Quando iniciamos nosso estudo, nos perguntávamos sobre o estatuto desse signo e sua função no luto, intrigados como estávamos se esse tributo não seria apenas mais uma "nova onda ornamental" no contexto da banalização da morte e do luto ou até mesmo uma forma de negação. Mas quem realmente teria a palavra para dizer o que se passa senão os sujeitos tatuados por ocasião de luto? Se atualmente o luto é vivido solitariamente, sem contar tanto quanto no passado com o suporte dos ritos e do público que o acompanhava, sobra cada vez mais para o sujeito a tarefa de enc...
Falar sobre o comportamento humano exige uma visão transdisciplinar. Para além dos estudos dos circuitos neurais relacionados ao cérebro social, entre outras funções cognitivas, este livro visa ampliar o olhar para os epifenômenos. A partir do estudo do Projeto para uma psicologia cientifica, escrito por Freud em 1895, foi possível levantar considerações teóricas sobre como a energia psíquica afetaria o aparelho físico cerebral, alterando ou modulando padrões comportamentais previamente organizados e construídos pelos fatores epigenéticos e socioculturais.