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Viver e conviver nas duas margens do Atlântico (séculos XIII-XIX) discute aspectos diversos relativos aos valores – os comuns e os divergentes – que, no mundo luso-brasileiro, orientaram a vida dos indivíduos e das sociedades, conduziram suas tomadas de decisão e nortearam seus modos de devoção, de propagar conhecimentos, de governar e, sobretudo, de criar e manter instituições. Dos efeitos imprevistos das ações individuais às formalizações institucionais de comportamentos amplamente pactuadas, o panorama que se procura colocar diante do leitor é amplo e detalhado, sempre com o intuito de oferecer-lhe subsídios para que possa compreender melhor como se constituiu e como se manteve no tempo a sociedade em que vive. A obra reúne investigadores de dois grupos de pesquisa – Raízes Medievais do Brasil Moderno e Escritos sobre os Novos Mundos –, que, por caminhos variados, há mais de uma década procuram traçar a história dos pactos e códigos morais vigentes no Brasil e em Portugal entre os séculos XIII e XIX.
A coletânea assume o desafio de debater uma questão fulcral da civilização ocidental: os sustentáculos de uma moral cristã transplantada, dirigida ao mesmo tempo aos cuidados com o corpo e à saúde da alma, e que de una se faz múltipla ao avançar por territórios diversos e ao longo do tempo. Os capítulos reunidos adentram a seara dos códigos de comportamento, dos juízos moralizantes envolvendo povos desconhecidos e das práticas e instituições de provisão de cura e de aprimoramento das condutas. Dividido em três partes, o livro alicerça-se em torno de três ações que organizam o universo da moralidade entre o velho e o novo mundo: pensar, ver e corrigir.
Os treze opúsculos aqui reunidos e apresentados por Leandro Teodoro, com uma rara competência, concernem à pastoral destinada aos simples cristãos do final da Idade Média. Aos homens e mulheres que passavam por "rudes" – a maior parte era iletrada, o clero deveria ensinar os Evangelhos, os Dez Mandamentos, a maneira de evita r a tentação dos vícios e do pecado, a assistência requerida dos bons fiéis na missa, a obrigação de se confessarem ao menos uma vez por ano e, em geral, os bons costumes. Todas as coisas que os catecismos – O Catecismo Romano em particular – retomaram sistematicamente ao se inspirarem, entre outros, nesses modestos opúsculos. Os livretos portugueses, ...
Em 21 de agosto de 1415 as naus portuguesas desembarcaram no norte da África e tomaram a praça de Ceuta, que ficou oficialmente sob domínio português até meados do século XVII. Tal evento, a princípio inserido em uma série de ataques ibéricos ao mundo árabe, começa a ganhar, depois de realizada a passagem do Cabo do Bojador (1434), outros sentidos. São os desdobramentos desses sentidos o objetivo desta pesquisa; ou melhor: o alvo do trabalho são as etapas da construção histórico-literária quatrocentista que fez com que a conquista de uma cidade magrebina para servir de polo bélico passasse, nas narrativas posteriores, à condição de ponto de partida de uma expansão marí...
This issue of the Portuguese Studies Review presents essays by Leandro Alves Teodoro, Martin M. Elbl and Ivana Elbl, Isabel dos Guimarães Sá and Hélder Carvalhal, Christian Fausto Moraes dos Santos, Gisele Cristina da Conceição, and Fabiano Bracht, Sandrina Berthault Moreira, and Luís Miguel Pereira Farinha. The topics covered range from the history of fourteenth- and fifteenth-century Portuguese synods to the material culture of late fifteenth century Portuguese nobility, epistolary perspectives on Portuguese interaction with Italy and with the Roman Curia in the fifteenth century, the use and benefits of seafood in early Portuguese settlements in Brazil, a legal overview of the administrative frameworks for Portuguese road-building in the early twentieth century, and the comparative use of econometric indices of development to modelling Portuguese data. The issue also contains shorter pieces by Douglas L. Wheeler and Michel Cahen.
Esta coletânea convida o público a pensar outras formas de expressão do poder, não somente aquele centrado nas figuras dos reis, dos imperadores, dos bispos e das elites. Os diversos capítulos que compõe este livro apresentam uma nova abordagem a respeito da História Política, renovada nas últimas décadas pela influência da História Cultural, que postula uma nova percepção do papel da cultura e dos discursos na manutenção do poder. Os autores e as autoras dos capítulos, por serem especialistas nas áreas de História Antiga e do Medievo, oferecem novas perspectivas de análise dos documentos, permitindo uma leitura atualizada de como o poder se estabelece e se manifesta nos ...
Guerreando, comerciando ou missionando, navegando, viajando ou praticando a diplomacia, os portugueses de Quinhentos não podiam nem queriam alhear-se da “conversação” (comunicação) com os “outros”. Observavam-nos física e culturalmente, procuravam saber deles (olhando, escutando ou lendo) o mais possível. Por simples curiosidade cultural, bem própria do espírito Renascentista de então? Sem dúvida, a que acrescia, entre nós, o interesse pré-científico ou a formação de um “humanismo prático”, já desdobrado em surpreendentes técnicas e interessantes saberes. Mas também o faziam por “dever”, tal como lho exigiam os interesses da Coroa/Estado, da Igreja e da Nação, numa tridimensionalidade que se ia concretizando em Império Moderno.
Martin Michael Lang leistet einen theoretischen Beitrag zum Verständnis der bürgerlichen Demokratie Brasiliens und der Ableitung struktureller Forderungen zur Stabilität des politischen Systems. Die Annäherung zum Gegenstand folgt über die analytische und politische Interpretation der Vergangenheit der zentralen Werke von Alexis de Tocqueville und Gilberto Freyre. Der Autor konzipiert aus den vier Theorieelementen Geografie, Aristokratie, Religion und Sklaverei ein theoretisches Modell brasilianischer Bürgerlichkeit, welches schließlich um relevante Forderungen moderner demokratischer Bürgerlichkeit im Sinne Tocquevilles ergänzt wird. Die dieser Arbeit zugrunde liegende These geht mit Freyre davon aus, dass der wesentliche Charakter eines politischen Systems auf seine Ursprünge zurückgeführt und aus diesem analysiert werden kann.
No século XIX, mesmo sendo uma prática depreciada pelo mundo masculino, foram muitas as mulheres que viajaram e registraram em diários pessoais e livros de memórias o cotidiano e os movimentos sociais e culturais de forma intimista. Na perspectiva da História Cultural esses registros surgem como documentos, fontes históricas e gêneros discursivos, por meio dos quais trajetórias de vida podem ser espiadas. A presente obra se debruça sobre o diário pessoal e o livro de memórias de Maria do Carmo de Mello Rego, uma mulher viajante do século XIX, singular, que quis perpetuar a memória por meio da palavra escrita.