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A interdisciplinaridade é um ideal constantemente reafirmado da pesquisa universitária, assim como, no plano concreto das práticas de investigação e disseminação do conhecimento, a colaboração interinstitucional. Como costuma acontecer com os ideais acadêmicos, elas são muito mais dificilmente efetiváveis no mundo real, raramente apoiadas para além do incentivo verbal e retórico, mais raramente ainda financiadas. Diante disso, todo esforço bem-sucedido nessa direção merece ser celebrado e valorizado. É esse o tipo de trabalho que se pode encontrar neste livro. Os trabalhos que o compõem resultaram de uma colaboração interinstitucional organizada e mantida com disciplina ...
O empenho para compreender o mundo na sua diversidade é uma jornada permanente e inacabada. Nosso desafio passa por captar as coisas em movimento, um universo que muda exponencialmente mais rápido do que a nossa capacidade de o desvelar. Porém, é exatamente nessa estranha necessidade de tentar decifrar a realidade, de pensar sobre quem somos, como fazemos, para onde vamos e como queremos chegar, que acabamos por gerar o movimento necessário para o desenvolvimento da humanidade mediado por um processo educativo. Tudo isso remete ao desenvolvimento das ciências, quer sejam exatas ou humanas e, dentre essas, destacamos aqui a Filosofia, a Educação e o Ensino como parte da sua processual...
Esta edição reúne as mais importantes contribuições de Arthur Schopenhauer ao campo da psicologia. Em análises profundas, o filósofo aborda a autoconsciência, a vontade, o suicídio, a loucura e suas relações com o nosso comportamento. Schopenhauer não busca a observação da psicologia como uma explicação de ocorrências puramente fisiológicas ou mecânicas. Para ele, a ciência estuda os fenômenos humanos por si sós — numa relação de causa e efeito psicológica, que se dá por meio de nossas motivações e representações mentais. A filosofia psicológica de Schopenhauer revela a urgência de nos investigarmos, e sua relevância é destacada até mesmo por Sigmund Freud, pai da psicanálise. Uma obra fundamental para o estudo científico dos atos humanos.
Este ensaio premiado foi a primeira obra de Schopenhauer aclamada pelo público e a abrir espaço para este que viria a se tornar um dos grandes pensadores da filosofia ocidental. E por conter as bases de seu pensamento, é indicada como leitura inicial aos estudos de sua filosofia. Neste clássico, escrito como resposta a um concurso promovido pela Sociedade Real Norueguesa de Ciências, Schopenhauer responde à seguinte questão: "Pode a liberdade da vontade humana ser demonstrada a partir da autoconsciência?". O leitor encontrará aqui reflexões a um tempo pertinentes e relevantes para a discussão contemporânea sobre a questão do livre-arbítrio. Esta edição inclui os dois prefácios do autor presentes na edição comemorativa aos 200 anos de Schopenhauer, que reproduz a segunda e definitiva edição alemã, de 1860, da obra Os dois problemas fundamentais da Ética, que reuniu os ensaios A liberdade da vontade e O fundamento da moral.
O livro A ética do eu de Nietzsche oferece de forma clara, simples e profunda a chave essencial para desvendar sua visão filosófica. Janela aberta para a alma de um dos pensadores mais enigmáticos e influentes da história, revela não apenas o que ele pensava, mas, acima de tudo, o porquê de seu pensamento. Exame meticuloso do pensamento de Nietzsche, a obra mostra a ossatura que dá sustento a toda a organização conceitual do filósofo e mostra, passo a passo, não apenas como construiu sua filosofia em torno do problema da formação do homem autêntico, mas também como ele próprio se tornou autêntico. Entre as linhas traçadas pela filosofia nietzscheana, este manuscrito destil...
Schopenhauer é um filósofo visto equivocadamente como misantropo, sem voz e seguidores. Contudo, esse preconceito vem sendo cada vez mais desmentido. Esta obra procura expandir essa crítica ao problematizar sua fortuna sobre Freud: por um lado, Schopenhauer afirma que a Vontade inconsciente daquele "equivale aos instintos anímicos da psicanálise". A teoria da repressão, "pedra angular" da Psicanálise, também teria sido antecipada por Schopenhauer em seu conceito de loucura. E a descoberta do primado do inconsciente e da sexualidade – que o colocaria ao lado de Copérnico e Darwin entre os grandes demolidores do narcisismo humano –, também teria Schopenhauer como referencial. Mas...
As discussões sobre temas contemporâneos no campo do Direito têm avançado significativamente, trazendo mais atores e democratizando o debate. Aproximar mais e mais pesquisadores do diálogo é um objetivo que vem sendo perseguido. Esta coletânea não percorreu caminho diferente, ela funciona para interligar temas variados, de pesquisadores com perfis diferentes, o que propicia ao leitor uma experiência única.
Colocar-se diante de uma obra filosófica é uma atitude que, de imediato, não deve ser tomada despretensiosamente. Há uma diversidade de maneiras de se relacionar com uma obra, uma filosofia e, mesmo, com a vida, maneiras de especular e agir (redutíveis, quando muito, a duas formas extremas), que atropelar o desenvolvimento do pensamento é dar-se ao risco de tropeçar num primeiro obstáculo de nosso, talvez, próprio anseio. Não se quer, com isso, que se paralise antes mesmo de iniciar a caminhada; ao contrário, quer-se que a inicie junto ao filósofo — em se tratando da descoberta de uma filosofia —, que se mergulhe na experiência mesma da vida, atravessando-a em sua plenitude integral. Descobrir uma filosofia, a filosofia ou, ainda, a vida (ao menos, em um primeiro momento, uma dimensão sua) é, essencialmente, simpatizar com ela: menos um movimento retrospectivo, de refazer aquilo que já nos é dado, e mais um movimento engendrador, no qual a surpresa da travessia também se faz nossa.
Resiliência e sentido da vida em Nietzsche trata do pensamento de Nietzsche sobre a superação e a autossuperação, a dor, o adoecimento, a vida, o sofrimento. Às vezes me pergunto por que insisto na temática da resiliência. A impressão que fica é que a resiliência me escolheu. A construção desta pequena obra conduziu-me a uma reflexão sobre a minha própria trajetória de vida. Uma infância perdida e uma vida adulta de superação por meio da ajuda alheia e segurando com garra toda oportunidade que surgia e que me levasse a mudar o rumo de uma história de sofrimento. Este como sendo parte da minha vida e que a mim pertence. Assim escreveu Nietzsche se referindo a ele mesmo. A ...
O presente estudo cumpre o papel de estabelecer uma visão cética em relação às conclusões soteriológicas da filosofia de Schopenhauer, atacando de modo veemente e radical as ideias de santidade e negação da vontade, ideias essas, em geral, muito bem-vistas e tratadas com extrema moderação pelo filósofo. Trata-se, portanto, da tentativa de aproximar santos e negadores da vontade de loucos e insanos, ampliando a concepção de loucura do próprio Schopenhauer da parte de sua filosofia Estética, também para a parte de sua filosofia Ética. Para cumprir com tais objetivos, o presente escrito põe Schopenhauer contra Schopenhauer, partindo do pequeno e não muito desenvolvido conceito de liberdade intelectual (anunciado na obra "Sobre a liberdade da vontade", de 1838) para iluminá-lo por toda a obra do filósofo e em especial para investir contra suas referidas conclusões soteriológicas.